Depois do original e do proclamado capitulo 2, chega-nos o terceiro Insidious, que afinal deveria ser apelidado de capitulo zero, ao contrário do seu subtítulo. Trata-se da prequela de uma das mais relevantes  franquias do mais recente case study do cinema de terror – fazer barato (reciclagem de um método produtivo de Roger Corman) mas apelativo para as audiências sedentas de “emoções fortes”.

Agora sem a direção de James Wan (que apenas encontra-se na produção ao lado de Oren Peli) devido aos seus compromissos com a saga Velocidade Furiosa, é a vez do argumentista Leigh Whannell tomar as rédeas do projeto. O resultado disso é o mais cansativo, gasto e menos assustador da saga, tendo em conta que os dois anteriores reservavam alguns sustos bem jogados. Resumidamente, eis a mais previsível história de contacto com os mortos, que pelo meio exibe a reconstrução de laços familiares perdidos em consequência da tragédia e corredores longínquos onde questionamos seriamente se alguém realmente vive naquelas bandas.

Se Insidious, de James Wan, tinha o ponto forte de situar assombrações nos lugares triviais, este terceiro filme leva-nos somente aos lugares-comuns do género. Mas uma coisa é certa, as interpretações fazem-se para soar credíveis, a destacar o esforço da jovem Stefanie Scott que tenta conduzir-nos a um protótipo de screaming queen de uma nova geração, infelizmente, sem êxito. Depois desta salganhada toda, sustos fragmentados e sortidos, ainda “salivamos” com as já estruturadas referências a Poltergeist (de Tobe Hooper), anexado com as explicações mais inacreditáveis e esotéricas do mundo dos mortos. Teorias, essas, que abalam por completo todo o clima de desconhecido até aqui tecido, mesmo que incutido de forma automática.

Continuando com as referências e tendo em conta o resultado, é curioso encontrar mais de Poltergeist aqui que propriamente o remake da Platinum Dunes estreado este ano nos nossos cinemas, o qual menosprezou um clássico em prol de uma refeição fast-food para as novas audiências. Sem dúvida, o filme mais fraco da franquia.

Pontuação Geral
Hugo Gomes
insidious-chapter-3-insidious-capitulo-3-por-hugo-gomesO melhor - um susto ou outro a salientar O pior - a falta de inovação e o desperdício de oportunidade