Num mercado cada vez mais exaustivo de animações provenientes de grandes estúdios, conduzidos pela facilidade e superioridade do grafismo inteiramente digital, deve-se sublinhar que a relevância, quer estética ou temática, de um filme como A Vida Secreta dos Bichos é praticamente nula, ainda mais a juntar toda uma condução que nos guia pelos territórios do slapstick duvidosamente violento.

Possivelmente, relembrando o primo bastardo do legado dos Looney Toons ou Tom & Jerry, aquela violência sem consequências nem anexada às leis da física, a obra de Chris Renaud, Yarrow Cheney dispensou a sua vendida premissa (o que fazem os nossos animais de estimação na ausência dos donos?) para se camuflar em mais um “regresso a casa” completamente cedido à comédia sem fronteiras. Nesta continuação, algumas mudanças foram feitas para corrigir os erros levados a cabo da prequela, e não falo somente da troca de Louis CK (por razões óbvias) por Patton Oswalt na voz do protagonista, o pequeno e super-protetor cão Max.

A começar por um interesse em reduzir a agressividade dos seus gags físicos, outros em satirizar os comportamentos destas criaturas e terceiro, condensar tudo numa narrativa que faça algum sentido sob os moldes convencionais do storytelling. Resumo da situação: mesmo com a permanência de um dos anteriores realizadores, Chris Renaud, esta nova Vida Secreta dos Bichos supera através da sua banalidade.

Mas convém afirmar que pelo caminho existem alguns brindes de bom gosto, desde o cão alfa com voz de Harrison Ford lecionando “cinzentas” lições de masculinidade ou Tiffany Haddish como uma intrometida Shih Tzu.

Pontuação Geral
Hugo Gomes
the-secret-life-of-pets-2-a-vida-secreta-dos-nossos-bichos-2-por-hugo-gomesMesmo assim, superior ao primeiro ...