Com Hércules – A Lenda Começa o espectador tem a absoluta certeza de que Renny Harlin não morre de amores pela mitologia grega nem sequer pretende reproduzi-la no grande ecrã. É que tudo o que vemos neste “pseudo-épico” com severos traços de amadorismo é um caricatural cenário com mais envolvência à Roma Cristã do que propriamente à Grécia Antiga. E nem é apenas nos cenários que reside essa “fresca” alusão, até mesmo no enredo é possível evidenciar os elementos desta dita evangelização. Esta história do herói mais conhecido da mitologia grega é quase como um aglomerado de históricas bíblicas. Ou seja, tudo aquilo que presenciamos em Hércules – A Lenda Começa é tudo menos aquilo que é suposto ser adaptado.

Para o papel do nosso “semi-deus” eis que surge outra heresia: Kellan Lutz (Twilight) presenteia nos com uma interpretação baça e grosseira, “iluminada” por uma personagem unidimensional e despachado à “marretada“. Em contributo com o seu desempenho esquecível, como o resto do elenco, está um filme visualmente amador, começando com os seus CGI de pior classe e de risibilidade doentia e todo aquele estilo revisto a emanar 300 ou a série Spartacus. Por outras palavras, slow motion à “fartazana” para tomar o seu lugar nos pseudo-épicos que parecem virar moda lá para os lados de Hollywood. Com uma produção tão hedionda como esta, nem no catálogo de “sword & sorcery” consegue integrar.

Toda a gente sabe que Renny Harlin é um péssimo realizador, mas Hércules – A Lenda Começa consegue ser, imaginem só, um dos seus piores filmes. A lenda começou mas queremos que ela acabe

Pontuação Geral
Hugo Gomes
the-legend-of-hercules-hercules-a-lenda-comeca-por-hugo-gomesSe o filme assumisse como algo "trash" resultaria minimamente