Foi com alguma surpresa que o Festival de San Sebastián entregou a Concha de Ouro a “Blue Moon (Crai nou)“, filme romeno de Alina Grigore que segue uma jovem na sua tentativa de emancipação de uma família castradora. “Este prémio é uma homenagem aos artistas que desejam falar e expressar a criatividade feminina e a criatividade em geral“, disse a cineasta em palco após a receção do galardão.
O júri distinguiu ainda com o Prémio Especial a “Earwig“, de Lucile Hadzihalilovic, e a distinção de melhor realização a Tea Lindeburg por “Du som er i himlen“.
Nas interpretações, e no primeiro ano em que homens, mulheres e não binários concorriam ao mesmo prémio, a distinção foi entregue ex aequo a Flora Ofelia por “Du som er i himlen” e Jessica Chastain por “The Eyes of Tammy Faye“.
Nos secundários, a Concha de Prata foi para o elenco de “Quién lo impide“, de Jonás Trueba, que no início do dia já tinha arrecadado o prémio FIPRESCI. Candela Recio, representando mais de 200 jovens que fizeram parte do filme, afirmou em palco que “com este prémio sentimos que aquilo que estamos a dizer está a ser ouvido”.
O prémio do júri para a melhor fotografia foi para Claire Mathon, pelo seu trabalho em “Enquête sur un Scandale d’Etat“, de Thierry de Peretti, enquanto o de argumento foi para Terence Davies por “Benediction“.
Outros filmes premiados em San Sebastián foram “Noche de Fuego“, de Tatiana Huezo, que venceu a secção Horizontes Latinos; “Nich’ya / Unwanted“, de Lena Lanskih, venceu a Kutxabank-New Directors; “Vortex“, de Gaspar Noé, que triunfou na Zabaltegi – Tabakalera; e “Petite Maman“, de Céline Sciamma, que arrecadou o prémio popular (da secção Perlak).
