Quinta-feira, 28 Março

François Civil: o novo rosto do amor

À distância de um clique, no prédio ao lado ou à “segunda vista”, o amor está sempre na rota da nova coqueluche do cinema gaulês


François Civil em Amor à Segunda Vista

Em setembro passado, Fraçois Civil surgia no grande ecrã em Portugal em Le chant du loup – Ameaça em Alto Mar (2019). No thriller, ele assumia o papel de um jovem, um prodígio conhecido pelas suas extraordinárias capacidades de distinguir qualquer som no fundo do mar (uma verdadeira arma numa guerra acústica).

Três meses depois, o ator regressou às nossas salas ao lado de Juliette Binoche em Clara e Claire (Celle que vous croyez, 2019). Agora, ele retorna ao grande ecrã em “Amor à Segunda Vista” (Mon Inconnue) e ainda este ano vamos encontrá-lo em “Deux moi“, o mais recente filme de Cédric Klapisch (A Residência Espanhola), filme que acompanha um par solitário “desencontrado” em Paris.

A minha vida é tranquila neste momento”, explicou-nos François numa entrevista recente em Paris, reconhecendo que há dois anos participou em inúmeros projetos que estrearam mais ou menos ao mesmo tempo. Sobre Le chant du loup, Civil reconhece que foi uma honra trabalhar ao lado de nomes como Reda Kateb, Mathieu Kassovitz e Omar Sy, descrevendo a experiência como “incrível”“Ser um ator com esta idade e trabalhar com pessoas tão talentosas e trabalhadoras é inspirador”.


Civil com Matthew Kassovitz e Omar Sy em Ameaça em Alto-Mar

O mesmo afirmou sobre Juliette Binoche, uma atriz que considera extraordinária e “que trabalha imenso”: “Entre o filmar e o ‘cortar’, tudo é puro nela. Não há artifícios”.

Sobre o seu método de trabalho para esse filme, onde interpreta a “paixão virtual” de Binoche, Civil contou-os que o realizador Safy Nebbou fez questão que os dois se encontrassem apenas nas filmagens na cena em que se conhecem. “Em oposição, tivemos todas as conversas telefónicas num palco. A equipa do filme criou um estratagema de forma a que eu e ela nunca nos cruzássemos. Creio que isso ajudou a criar aquela espécie de suspense.


Civil com Juliette Binoche em Clara e Claire (2019)

Sobre Amor à Segunda Vista, que estreia esta semana nas salas, e onde interpreta um homem casado há dez anos que, após uma discussão com a esposa [Joséphine Japy], acorda numa realidade paralela onde não a conhece, François explica que o filme tem o seu lado de fantasia e sobrenatural, mas que o realizador Hugo Gélin trabalhou tudo de forma muito realista: “O meu trabalho de ator não foi muito diferente dos outros projetos, mas o tom do filme – que é uma comédia com romance à mistura – foi algo interessante de descobrir.

Tendo em conta que a sua personagem nesse filme tem uma segunda chance, será que François gostaria de mudar alguma coisa no seu passado? “É verdade que nesse filme a personagem tem uma segunda chance, mas isso é algo que nunca temos na vida. Se há algo que esse filme ensinou-me é que não temos segundas hipóteses. Tento não me arrepender, por isso não mudaria nada na minha vida. Vejo os fracassos mais como uma forma de renascer do que uma morte”, explicou.


Civil com Josephine Japy em Amor à Segunda Vista

Quanto ao seu futuro, e para além de um projeto sobre o qual não quis adiantar detalhes, o ator contou-nos que vai surgir em Bac Nord, um projeto de Cédric Jimenez (O Homem do Coração de Ferro) que conta ainda no elenco com Gilles Lellouche [com quem o cineasta já trabalhou em A Rede do Crime] e Karim Leklou: “Eles e eu vamos ser policias na brigada anti-crime de Marselha. É um filme sobre o sistema e métodos da polícia”, disparou.

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