Quinta-feira, 28 Março

Críticas do Fantasporto: ‘First Squad’ por Jorge Pereira

Um dos maiores problemas do cinema de animação nos dias que correm, e especialmente das fitas que chegam ao grande ecrã, é claramente um desprimor em relação às histórias em favor das qualidades técnicas dos filmes, especialmente agora que o os filmes em 3-D parecem ser o maior triunfo das obras em si.

Como consequência, a grande maioria dos filmes de animação que chegam às nossas salas de cinema são apenas mecanismos de diversão imediata, com total ausência de realidade e sempre em torno de um elemento comum. As relações de amizade ou questões familiares. A Pixar vive à custa disso e se pensarmos bem há sempre mais animais a falar que pessoas.

Por tal, todos os filmes que de certa maneira realmente abordam temas históricos, ou mais paranormais (realmente para gente adulta), são recambiados para o mercado televisivo ou de DVD, que curiosamente era o destino inicial deste “First Squad”, uma co-produção Canadiana, Russa e Japonesa.

Nesta fita estamos em 1942 e crianças com poderes paranormais são a arma secreta contra os nazis numa União Soviética invadida. O filme aborda assim, mais uma vez, o lado mais negro da guerra, o que envolvia experiências paranormais para contrariar os destinos da guerra.

Visualmente esta obra do Estúdio 4ºC é interssante, mas mais orientada para a TV que para o cinema e isso nota-se na ausência do detalhe e na pouca extensão das sequências de acção. Em oposição, a história é rica e intercalada com testemunhos “reais”, num estilo mockumentary, de diversos protagonistas dessa mesma guerra, sejam eles historiadores, psicologos ou veteranos de guerra, que de certa maneira tentam ligar os factos reais ao ficcional que o filme apresenta.

O resultado é um filme bastante interessante de se ver, mas que deixa no ar a sensação que poderia ter ido mais longe já que acabou por se transformar numa longa-metragem cinematografica.

Uma nota final para a banda-sonora do filme, a cargo de DJ Krush, que associado a esta história e a este tipo de animação dão ao filme um interesse enorme e mostram, ainda que com muita ficção à mistura, uma dinâmica que nos faz querer saber mais sobre o lado oculto da 2ª Guerra Mundial.

 
O Melhor: A História é bem curiosa
O Pior: Animação com pouco detalhe, mais adaptada ao pequeno ecrã.
Base
Filme bastante interessante de se ver, mas que deixa no ar a sensação que poderia ter ido mais longe…7/10

 
Jorge Pereira

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