Uma “festa do pijama” que resulta num veículo para expandir ainda mais um franchise com a desculpa de que a boneca demoníaca é um íman de toda a espécie de espíritos e mau olhado. Sob essa demanda crucial pela validade de umas das poucas “minas de ouro” da Warner Bros., Annabelle 3 recorre com alguma destreza no que requer a instalar confortavelmente a sua “maquineta de sustos”. Porém, é por isso mesmo que este universo tem vingado fora das alçadas de James Wan, pela inquisição de jump scares e uma demonologia de pacotilha.
Basta meia dúzia destas produções para o espectador mais experiente adivinhar a léguas donde e quando surgirão as criaturas em modo pop-up. Dauberman apenas aprendeu com os anteriores artesões, a culpa não é inteiramente dele, mas a responsabilidade de não conseguir sobressair do sistema oleado e automatizado é.
A boneca continua a inspirar pesadelos, porém, nunca verdadeiramente entregá-los, remexendo-se no seu túmulo de vidro como um engodo para o frenesim histérico em mixagem com o CGI abusivo. Annabelle 3 peca sobretudo pela sua tentativa de grandiosidade ao invés de construir uma genuína atmosfera de medo. No final, chega-nos a confirmação do qual a saga tem evidenciado um certo estatuto na nossa cultura pop como um engenho de restauro da fé cristã contra forças obscuras do além.
Mas ao contrário do seu congénere máximo, O Exorcista, esta nunca entra no arranhado debate pelos seus dogmas. Mais do mesmo como diria o outro.