Sábado, 27 Abril

“A Inteligência Artificial é uma besta estranha”, avisa William Shatner, o eterno Capitão Kirk

Sem sombra de Klingons ou nenhum outro inimigo da Frota Estelar, o canadiano William Shatner pôde abrir o seu coração numa entrevista, promovida pelo History Channel, na qual o C7nema foi testemunha de um desabafo: “A televisão é o meu amor e o meu ganha-pão”, disse o eterno Capitão Kirk da série “Star Trek”, transmitida originalmente de 1966 a 1969, e da franquia cinematográfica homónima, iniciada em 1979. “Comecei nas artes em Montreal, fui para a Broadway, depois acabei em Hollywood, que é comandada por uma variedade de forças, capazes de tornar muitas coisas em realidade. Mas Hollywood está onde está para fazer dinheiro. Depois de passar por ela, fui fazer televisão. Foi a TV que me tornou popular e me deu de comer”.  

Atualmente, a estrela que foi aonde nenhum humano jamais esteve, no comando da Enterprise, é o apresentador da série “Inexplicable” (“O Inexiplicávelpt; “Inexplicávelbr), no Canal História, que vai promover uma maratona especial em homenagem a Shatner a 22 de março, o dia em que ele completa 93 anos. No Brasil, a série – que entra na sua quarta temporada em junho e explora mistérios geográficos, segredos da mente e misticismos – vai apresentar esta programação especial a partir das 18h40 (22h40 em Lisboa), com a exibição de três episódios da terceira temporada. O primeiro deles, “Cidades perdidas”, explora territórios que foram motivo de obsessão durante séculos para diversos arqueólogos, exploradores e pesquisadores. Entre elas, está a Laguna de Guatativa, na Colômbia, um local sagrado para os indígenas, relacionado à lenda do El Dorado.

A nossa vida é cheia de mistérios, mas nada me faz cair a mandíbula com mais vigor do que as forças da natureza. Perto dela, os seres humanos são limitados, mas dotados do poder de fazer coisas boas e más. Hoje, nós temos a IA, a inteligência artificial, uma besta estranha, da qual precisamos retomar o controle”, disse Shatner, que, em 1958, protagonizou uma versão de “The Brothers Karamazov”, de Dostoiévski, sob a direção de Richard Brooks, com Yul Brynner, Maria Schell, Claire Bloom, Lee J. Cobb e Richard Basehart. “Tenho uma surpresa guardada para o Natal: vou participar de uma expedição na América do Sul, saindo de Ushuaia, na Argentina, até a Antártida, onde vou entreter os participantes. É uma atividade cara, mas será a viagem de uma vida”.

O segundo episódio de “Inexplicável”, “Histórias dos que já se foram”, investiga se as diversas maneiras encontradas pelos humanos para enterrar os mortos – sejam campas, sepulcros ou cremações – podem preservar a alma ou até mesmo trazer os falecidos de volta à vida. Já “O poder das profecias” examina os casos em que os místicos, profetas e clarividentes tiveram visões de acontecimentos que mudaram o curso da história. Mas o que revelaram as suas profecias? E quais as previsões foram feitas por eles em relação ao futuro da humanidade? Curiosamente, Shatner aborda estes temas logo depois de ganhar o título de O Homem Mais Velho Do Mundo a Viajar Pelo Espaço. A honra é uma referência à sua aventura, realizada em outubro de 2021, de realizar uma jornada suborbital a bordo da nave Blue Origin, na companhia do empresário Jeff Bezos. Um ano depois, o intérprete de James Tiberius Kirk revelou detalhes sobre a experiência estelar no seu livro de memórias, “Boldly Go: Reflections on a Life of Awe and Wonder”.
Essa viagem trouxe-me foco, aprimoramento e a perceção do quanto nós destruímos este planeta. Os sinais do aquecimento global estavam lá”, disse Shatner, com saudades do seu parceiro da Enterprise, Leonard Nimoy (1931-2015), o Sr. Spock. “Perdi um irmão. A morte dele doeu-me mais do que a de muitas pessoas mais próximas”, lamentou o ator, sem deixar de lado as boas lembranças das suas peripécias em busca da Fronteira Final, contra a ira do vilão Khan. “O Kirk deu-me a sensação de que futuro está próximo”.

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