Quinta-feira, 2 Maio

«The Muppets» (Os Marretas) por André Gonçalves

Pensando bem, o “timing” não poderia ter sido melhor para este regresso. 2011 foi afinal um ano fortemente marcado por nostalgia e por filmes que de certo modo falavam a uma certa noção de família/identidade. Características que a marca “Os Marretas” traz orgulhosamente gravada ao peito, sobretudo nesta nova encarnação cinematográfica (doze anos após a última). 

Bem, as notícias são muito positivas: esta versão praticamente orientada pelo ator e argumentista Jason Seigel (muitíssimo bem acompanhado por Amy Adams no ecrã) é um autêntico deleite para fãs, iniciados, curiosos, e muito espectador que tropece acidentalmente nisto… Se as expetativas estavam baixas? Sim… afinal de contas, é difícil não temer um produto vindo da secção “entretenimento familiar” numa era marcada pelos “sucessos” de filmes como “Os Smurfs” ou “Alvin e os Esquilos”…

Entre números musicais surpreendentes, piadas hilariantes e constantes a cruzar vários géneros de humor, e umas mãos cheias de “cameos”, parece haver aqui um pouco de tudo para todos, enquanto acompanhamos Sapo Cocas e companhia a tentar um último espetáculo de angariação de fundos, de modo a impedir que o seu antigo estúdio seja demolido por um magnata para ser posteriormente alvo de escavações para achar petróleo. Sim, é rídiculo, mas de uma forma muito assumida e repleta de piscadelas aqui e ali e momentos autofágicos, ou não estivessemos numa era pós-pós-moderna. 

Resumindo e concluíndo, seria muito difícil arranjar um objeto capaz de agradar a gregos e troianos (que é como dizer, miúdos e graudos… ou “fãs” e espectador casual) melhor que este. Jim Hensen estará algures, numa outra dimensão, a sorrir. 


O  Melhor: Ser um filme (Disney!) capaz de respeitar o público mais velho, nunca subestimando os mais novos ao mesmo tempo, algo que tem acontecido muito raramente fora dos estúdios Pixar. 

O Pior: Querermos mais espetáculos.
 
 
 André Gonçalves
 

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