Sexta-feira, 26 Abril

MOTELx 2012: «The Raid» por Jorge Pereira

Faz agora mais ou menos um ano que «The Raid» invadiu o Festival de Toronto e ganhou um estatuto de culto – que se acentuou com novas passagens em Sundance e em vários festivais de género.
 
Na obra estamos em Jacarta (Indonésia) e assistimos a um pelotão das forças da lei a irromper por um bloco habitacional controlado por um poderoso barão do crime, mas onde também vivem pessoas comuns. A operação não corre como devia e rapidamente o esquadrão da lei é desintegrado, lutando cada um pela sua vida. A partir daqui acompanhamos algumas personagens em concreto, havendo pelo meio muita emoção, acção, dramas familiares (como era inevitável), mas sempre uma estrutura muito semelhante aos cercos nos velhos westerns, ou se preferirem, aos criados por John Carpenter – que colocava as suas personagens sempre confinadas a um espaço limitado, sendo inevitável a colisão entre presa e predador.
 
Ainda assim, e na essência, este «The Raid» é uma explosiva obra de ação que usa as artes marciais como combustível para criar sequências atrás de sequências que vão absorver por completo o espectador, em particular os fãs da ultra violência. Como tal, não se espantem de encontrar no Silat (arte marcial indonésia) a verdadeira protagonista e a força máxima do show de pancadaria que esta fita representa. É que tal como o Kung Fu (via Bruce Lee) ou o Muay Thai (via Tony Jaa), o Silat surpreende aqui pela sua rapidez, técnica, espontaneidade e acima de tudo espectacularidade. Claro que para isso é preciso alguém ser o punho que o canaliza essa força. Essa tarefa é neste filme cumprida na perfeição pelos seus protagonistas: Iko Uwais e Joe Taslim.
 
 
 
Por isso mesmo, e tendo em conta o sucesso do filme um pouco por todo o lado, não admira que lhe tenham arranjado um novo titulo (The Raid: Redemption), uma sequela (Berendal) e um remake americano. Gareth Evans, o realizador – que já tinha dado nas vistas com «Footsteps» e especialmente «Merentau» – está de parabéns, mas será muito difícil não se repetir no futuro desta saga.
 
O Melhor: A primeira hora é um misto de «Tropa de Elite» ou «Breaking News» com «Tom yum goong – O Protetor». Isso acaba por transformar a acção em algo espectacular, ultra violento com mérito para marcar o ano cinematográfico no seu género.
 
O Pior: Os twists são insuficientes para que no último terço tudo não pareça apenas mais do mesmo
 
{xtypo_rounded2} Nova passagem no Motelx
Domingo / Sunday 16 · 19h15 · Sala 3{/xtypo_rounded2} 
 
 
 Jorge Pereira
 

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