Donna Stern (Jenny Slate) é uma jovem que faz shows de stand-up comedy num bar de Brooklyn. As suas atuações têm como base a sua vida privada, satirizando principalmente o sexo e o íntimo conjugal, algo que não agrada o seu atual namorado. Contudo, a sua relação, julgava ela sólida, termina e Donna entra num estado de melancolia que começa até mesmo afetar-lhe a sua vida profissional. Numa noite, a fim de esquecer as suas “desgraças, a nossa comediante embriagada e acaba por ir para a cama com alguém que nada tem a ver consigo. Uma noite que definitivamente Donna terá o “trabalho” de esquecer, não fosse o facto de descobrir que está grávida.

Tudo começou como uma curta produzida em 2009 por Gillian Robespierre, agora estendida a longa-metragem. Obvious Child acentua a sua veia de comédia screwball ao mesmo tempo que firma, sob um presunçoso jeito de emancipação, o seu lado independente, tecendo uma vertente quase “coming-of-age” e da maturação tardia. Trata-se de um filme que tal como as próprias piadas da protagonista, uma Jenny Slate em “wanna-be” Sarah Silverman, pouco engenhoso, integrado por um humor algo banalizado e nada exigente. Obvious Child como longa metragem atenua a pouca graça, ou até grotesca graciosidade, da curta-metragem, assumindo-se assim como um produto detentor de uma linguagem primária e meramente televisiva, o que o torna fácil de confundir com um episódio de uma enésima série cómica que tanto abunda as cadeias de televisões norte-americanas.

Com isto tudo não julguem que o novo filme de Gillian Robespierre é resumido a um produto medíocre e terrivelmente mau. Não, o problema desta comédia ocasionalmente divertida é que toda ela é formatada e aborrecidamente previsível, mesmo dentro das suas convicções indies. Não irrita ninguém, mas também não faz nada para ser memorável. Fiquemos pela ideia e pelo esforço de Jenny Slate.