«Tram» é uma curta-metragem de animação co-produzida entre França e a República Checa (orgulha-te, Vasco Granja!!) assinada por Michaela Pavlátová.
Presente em competição na Quinzena dos Realizadores em Cannes, nesta curta seguimos uma condutora de um elétrico que à medida que os passageiros vão entrando e vão picando – de forma ritmada – os seus bilhetes, vai começando a fantasiar sexualmente, assumindo quase tudo uma forma fálica. A certo ponto, tudo no elétrico ganha um tom sexual e somos invadidos pelas fantasias de uma mulher com o erotismo à flor da pele, mas passageiros para transportar.
Longe de ser uma curta excitante, restava então a este trabalho ter humor, o que consegue, acabando por destoar das restantes obras a concurso na Quinzena dos Realizadores, onde normalmente pontuam os trabalhos entre o experimentalismo académico, os ensaios abstratos e curtas viagens realistas e muitas vezes biográficas.
Pelo contrário, «Tram» é um filme ligeiro, talvez até demais, com um tom perverso mas não o mais arrojado que passou nas secções paralelas do Festival de Cannes.
