Domingo, 5 Maio

«Fantastic Four» (Quarteto Fantástico) por José Pedro Lopes

Oito anos depois do sofrível díptico Quarteto Fantástico, com Chris Evans e Jessica Alba, chega o “reboot”, e claro que o ceticismo é o mesmo com que se recebeu O Fantástico Homem Aranha com Andrew Garfield. No entanto, aqui a tarefa de surpreender era fácil: Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado  foi provavelmente o último filme de super heróis a sair antes do abanão no género que o Marvel Cinematic Universe se tornou. Espaço para melhorar havia muito.

A narrativa deste novo “Fantastic Four” é muito semelhante à do primeiro filme, apenas com os seus protagonistas substancialmente mais jovens: temos as viagens entre dimensões e temos Viktor Van Doom como o cavaleiro de um apocalipse próximo.

Pelo lado positivo, o elenco desta nova versão é inquestionavelmente mais competente: Miles Teller e Toby Kebbell abordam Mr. Fantastic e Doom de forma mais interessante e menos pateta, e até Michael B. Jordan se apresenta como uma boa alternativa a Chris Evans.

No entanto, como se esperava, este novo filme vem carregado de problemas. Por um lado, a sua narrativa que parece nunca realmente começar (a 20 minutos dos final estamos no mesmo ponto a que o primeiro filme ia a meio da sua duração). Fantastic Four aposta, como manda a moda, no factor “os militares são maus” a dominar quase todas as más decisões, à imagem do que acontece em Mundo Jurássico ou O Homem Formiga. No entanto, aqui consegue fazer com que os seus heróis sejam surpreendentemente desprovidos de relevância.

Josh Trank (de Crónica) consegue mostrar que nada aprendeu com oito anos de sucesso do género de super-heróis: o novo Fantastic Four é na mesma pateta, só que agora filmado de forma muito escura e quase totalmente desprovido de humor. Uma pena para aquela que é, para todos os efeitos, uma das jóias do grande imaginário de Stan Lee.

O melhor: O elenco jovem.
O pior: A história parece nunca começar e o filme é desprovido de momentos divertidos.


José Pedro Lopes

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