Terça-feira, 30 Abril

Romy Schneider acreditava que a mãe tinha tido um caso com Hitler

 
Romy Schneider e Alice Schwarzer | © Gabriele Jakobi/Bons Clients/Arte

A atriz Romy Schneider estava convencida de que a sua mãe, Magda Schneider foi para a cama com Adolf Hitler. A notícia é divulgado pela publicação germanica Bild, que cita uma entrevista da atriz com Alice Schwarzer, para a revista “Emma”, alguns anos antes de morrer.

Esta entrevista será citada no documentário Uma Noite com Romy, do canal Arte, que será  exibido no dia 16 de setembro. É a própria Schwarzer que afirma: “A mulher estava completamente convencida de que a mãe tinha dormido com Hitler“.

Schwarzer arquivou a conversa em fitas naquela época, mas estas afirmações – como outras – foram feitas sem ser gravadas. Para o documentário assinado de Patrick Jeudy, a jornalista torna as gravações acessíveis publicamente pela primeira vez e comenta a conversa. “Nós éramos as mulheres mais odiadas na Alemanha ” , diz Schwarzer. 

Nessa conversa, fica também patente uma Romy Schneider dividida entre o ser mulher e um ícone, entre a Alemanha e a França. Ela expressa também o seu desespero por ter sido a atriz de Sissi, e se tenha tornado um símbolo e de projetar uma imagem que nunca foi a dela. A relação com Alain Delon também é mencionada, bem como alegadas tentativas de violação por parte de Herbert Blatzheim, o segundo marido da mãe.

Sobre Romy Schneider

Filha dos atores Magda Schneider e Wolf Albach-Retty, a jovem Schneider sempre chamou a atenção pela sua beleza e estreou-se aos 14 anos de idade no cinema em Wenn der weiße Flieder wieder blüht (Quando Voltam a Florescer os Lilases), um filme onde participou ao lado da sua mãe, que controlou a sua carreira até que  se casou pela primeira vez.

Aos 17 anos, em 1955, Schneider ficou famosa por viver o papel de Sissi, a imperatriz da Áustria, num filme homónimo, tendo gerado duas sequelas: Sissi, a Jovem Imperatriz e Sissi e o Destino. Mais tarde afastou-se deste género de papéis e surpreendeu o mundo e os seus fãs ao participar em Senhoras de Uniforme (1958), uma obra com contornos lésbicos num colégio feminino, e em Christine (1958), filme onde se apaixonou por Alain Delon e com que viria a ter uma relação intensa até 1963, mas onde nunca se casariam (apesar de o terem anunciado várias vezes).

Posteriormente, participou em filmes marcantes como O Processo (1962), obra Kafkiana onde dividia o ecrã com Anthony Perkins e Jeanne Moreau, O Cardeal, de Otto Preminger, Empresta-me o teu marido (1964), ao lado de Jack Lemmon, O Maior Espião da História (1966), ao lado de Christopher Plummer, A Piscina (1969), de novo ao lado de Alain Delon, e As Coisas da Vida (1970) de Claude Saudet (cineasta que a escolheu para uma série das suas obras).

Os anos 70 foram bastante ricos em participações da atriz, onde se incluem filmes como Luís da Baviera (1972), de Luchino Visconti (que representou uma mudança na direção da carreira da atriz), O Importante é Amar (1975), de Andrzej Zulawski, Os Inocentes de Mãos Sujas (1978), de Claude Chabrol, e A Luz da Paixão, de Costa-Gavras.

A Morte em Direto (1980), de Bertrand Tavernier, Sem Culpa Formada (1981), de Claude Miller, e O Bar da Última Esperança (1984) foram as suas obras mais marcantes na década de 80, altura em que viria a falecer aos 43 anos devido a uma paragem cardíaca. Esta última fita ficou marcada pelo desejo da atriz em a concretizar: “Ela estava absolutamente determinada em fazer o filme ainda que na sua vida pessoal tivesse de lidar com problemas de saúde e a morte do seu filho (…) porém, o seu espírito e carisma brilharam neste momento», adiantou o produtor Raymond Danon há uns anos atrás, quando procurava financiamente em Cannes para levar a vida de Schneider aos cinemas.

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