Sábado, 18 Maio

«Dead Man Down» (Um Homem a Abater) por Ricardo Du Toit

“Dead Man Down – Um Homem a Abater” parece estar rotulado como mais um filme que deveria ter sido lançado logo para DVD, mas que por baixo desta capa esconde uma química razoável.

O filme conta a história de Victor (Colin Farrell), um homem que está infiltrado num gangue de Nova Iorque e que acaba por revelar que o seu motivo é simples: Vingança. Entretanto conhece Beatrice (Noomi Rapace), uma vizinha simpática e vulnerável que também tem sede de vingança pelo acidente que sofreu e que a desfigurou. Assim, acompanhamos com algum mistério os verdadeiros métodos que ambas personagens irão usar para se vingar daqueles que lhes fizeram mal, mas a química romântica entre Victor e Beatrice só prova que no amor e na guerra vale tudo.

A ação consegue ter um bom passo mas algumas vezes fica sem efeito pois trava quando menos esperamos. No que diz respeito às personagens, estas são apresentadas como seres humanos verdadeiros, por vezes com alguma consciência, mas por mais estranho que pareça, uma inexistente moral para chegar ao fim dos seus objetivos, deixando o espectador questionar-se se de facto vale ou não a pena relacionarmos com estas pessoas.

Contudo, o mais estranho desta obra é a realização de Niels Arden Oplev (responsável pela versão sueca de “Os Homens Que Odeiam as Mulheres”). Quando quer mostrar a cidade de Nova Iorque, fá-lo sempre num tom escuro, melancólico e bastante miserável (muito como Pierre Morel trabalhou “Taken”). No fundo, temos um cineasta com uma mentalidade de cinema europeu a realizar um filme mais hollywoodesco, mas sente-se que existe ali algum tipo de esforço que parece, contudo, ser em demasia.

Na essência, este não é um filme propriamente original, nem nos apresenta nada de novo, mas demonstra uma abordagem interessante para percebermos até que ponto podemos agarrar numa história já reciclada e, com as alterações certas, fazer uma fita razoável.

O Melhor: Noomi Rapace como a bela desfigurada e as semelhanças de alguns detalhes neo-noir.
O Pior: Por vezes perder-se nele próprio e nas suas verdadeiras intenções.


Ricardo Du Toit

Notícias