Segunda-feira, 20 Maio

Vem aí uma série sobre o coletivo russo Pussy Riot

Nadya Tolokonnikova, ativista e criadora do coletivo russo Pussy Riot, fechou um acordo com a STX Entertainment para desenvolver uma série limitada, cujo argumento será baseada num livro de memórias a ser lançado brevemente.

Tolokonnikova fundou o Pussy Riot em 2011, ganhando fama por inúmeras manifestações e protestos, denunciando as políticas de Vladimir Putin, mas também a influência da igreja Ortodoxa na Federação Russa. Após um audacioso protesto em 2012, quando invadiram e ocuparam a Catedral de Cristo Salvador no centro de Moscovo, Tolokonnikova foi condenada a dois anos de prisão. Realizou uma greve de fome para protestar contra as condições selvagens das prisões e mais tarde foi enviada para uma prisão na Sibéria. Desde a sua libertação da prisão em dezembro de 2013, ela continuou incansavelmente o seu ativismo, foi presa dezenas de vezes, espancada e ameaçada constantemente.

A série irá explorar a história de como uma jovem da Sibéria enfrentou Putin, as suas origens e a formação do coletivo artístico, além das ações. “Eu era uma artista falida de 20 anos que estudava filosofia, ele era um dos homens mais poderosos, ricos e perigosos da Terra. Em 2011, fui contra ele, que se lixem as consequências. Depois de anos de prisão, assédio, ataques e traumas, estou pronta para compartilhar esta história”, disse Tolokonnikova em comunicado. “O meu sonho é ver o meu país pacífico, democrático e diversificado, onde os homossexuais não sejam apedrejados até à morte. É pedir muito? Isso torna-me uma extremista? Hoje estou na lista das mais procuradas da Rússia, rotulada como uma agente estrangeira, e recentemente fui presa à revelia pelo tribunal russo. Os meus parentes e amigos foram envenenados, o meu governo deseja a minha morte, mas não me arrependo de nada. Se a história das Pussy Riot pode inspirar uma nova geração de rebeldes, não foi em vão.”

Recorde-se que as ações das Pussy Riot já desencadearam documentários como “Pussy Riot: A Punk Prayer” e “Pussy versus Putin.”

Notícias