Apesar de nunca o ter lido, já tinha ouvido falar do bestseller “Marley e Eu”, a história de John Grogan e sua família e de Marley, o seu cão conhecendo inclusive o final, e receava que se tornasse numa sequência de anedotas curtas, com personagens unidimensionais usadas para efeitos cómicos ou de estilo e com um final exagerado, mesmo ao gosto de Hollywood, com violinos e tudo. Esse é exactamente o problema de “Marley e Eu”, uma sequência de filmes de YouTube de cães a destruírem a casa ou só a serem “queridos”, com pouco ou nenhum desenvolvimento para as personagens para além de uma montagem, umas piadas e algumas cenas forçadas que tentam dar às personagens e às situações a profundidade que escapou todo o filme. O final, esse assume proporções obscenas, com um passo arrastado e com a subtileza de um elefante a tocar piano: até pode acertar em algumas teclas, mas não soa nada bem. Pior, arrasta-se durante demasiado tempo e até cenas que poderiam ter resultado com outro corte do filme se tornam insuportáveis.
A nível técnico é um filme que não se define pela inovação ou pela sua arte, nem o pretende, marcando-se pelo estilo claro das comédias românticas e pelas representações medíocres dos actores principais e secundários, com algumas das crianças a lerem sem qualquer espontaneidade ou naturalismo as frases demasiado adultas que lhes deram.
Destaca-se a representação de Alan Arkin como editor do primeiro jornal onde John Grogan trabalha, que nos faz rir em cada cena que entra.
De uma forma geral, este é um filme a evitar, até num domingo à tarde na televisão, para evitar indigestões ou congestões, mesmo para pessoas que gostem muito de cães.
O Melhor: As anedotas iniciais, o Alan Arkin.
O Pior: O final, toda a meia hora dele.
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De uma forma geral, este é um filme a evitar, até num domingo à tarde na televisão, para evitar indigestões ou congestões, mesmo para pessoas que gostem muito de cães…. 4/10 |