Sexta-feira, 17 Maio

Kirill Serebrennikov sentenciado a 3 anos de prisão suspensa

A procuradoria pediu seis anos de prisão para o realizador. Kirill Serebrennikov sempre negou as acusações.

Apelidando de “fraude com uma amplitude particularmente importante“, a juíza russa Olesya Mendeleïeva declarou hoje o realizador Kirill Serebrennikov culpado pelo desvio, entre 2011 e 2014, de cerca de 129 milhões de rublos (1,65 milhões de euros) em subvenções públicas, através do seu cargo de diretor artístico do Gogol Center, o principal teatro de vanguarda em Moscovo.

O cineasta foi sentenciado a três anos de pena suspensa, tendo ainda de pagar uma multa no valor de 800 mil rublos (10 mil euros). O tribunal absteve-se de condenar Serebrennikov a punições adicionais, impedindo-o de ocupar cargos administrativos no Ministério da Cultura, por exemplo.

As suas ações foram cometidas com fins de enriquecimento pessoal e enganando os colaboradores do Ministério da Cultura“, disse a juíza, que declarou ainda culpados pelo mesmo crime Iouri Itine e Konstantin Malobrodski, considerando o trio uma verdadeira associação criminosa. Uma quarta acusada pelo promotor de justiça, Sofia Apfelbaum, “desconhecia o esquema”, mas foi responsabilizada judicialmente por “negligência“.

Detido em agosto de 2017 durante as filmagens de “Leto“, o realizador foi colocado em prisão domiciliária até abril de 2019. Várias personalidades da cultura russa e internacional já exprimiram o seu apoio ao cineasta, denunciando que este é um “caso fabricado” contra uma voz contrária ao conservadorismo das autoridades russas.

“A ânsia do Estado em acusá-lo … parece ser uma forma de represálias mal velada contra as críticos políticas de Serebrennikov, e enviam uma mensagem assustadora aos artistas, que eles não têm escolha a não ser renunciar a críticas políticas para beneficiar dos fundos públicos ”, denunciaram várias organizações, incluindo a Human Rights Watch, num comunicado à imprensa.

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