Sábado, 18 Maio

Arte e tragédia na Dinamarca do século XIX

A vida de uma comunidade de artistas numa vila piscatória da Dinamarca do século XIX é o pano de fundo para o novo filme de Bille Auguste, “The Ballad of Marie”, que estreia na Dinamarca em agosto e ainda não tem previsão de lançamento em Portugal. O filme reconstrói a trajetória de Maria Kroyer, pintora e esposa do pintor P.S. Kroyer. Ele era um dos líderes da comunidade de pintores escandinavos que ficariam conhecidos na história da arte dinamarquesa como Skagen – nome da região situada ao norte da Jutlândia que atraiu artistas de vários países a partir da década de 1870 em função da qualidade da sua luz. Na senda dos impressionistas franceses, também eles romperam com as tradições da pintura tradicional dinamarquesa.

Maria, que além de pintora serviu como modelo em diversos quadros do marido, mudou-se para Skagen em 1885, após o seu casamento. No entanto, ela passou aos poucos a ter uma vida infeliz com o pintor, que sucumbia gradativamente a uma doença mental. A separação foi longa e só em 1902 P.S. Kroyer concordou com o divórcio – após saber que Maria estava grávida do compositor sueco  Hugo Alfvén, com quem viria casar e viver com ele na Suécia. P.S. Kroyer morreu em 1905 e Maria em 1940, em Estocolmo.

 “The Ballad of Marie” é o primeiro filme rodado pelo realizador no seu país natal após a consagração internacional em 1987, com o filme “Pelle, o Conquistador”, que venceu a Palma de Ouro em Cannes, ganhou um Oscar e um Globo de Ouro. Em 1991 ganhou novamente o prémio máximo em Cannes, com “As Melhores Intenções”. Auguste filmará em Portugal, a partir de março, uma adaptação do livro “Comboio Nocturno para Lisboa”, de Pascal Mercier (cobertura em breve aqui no c7nema).
 
Roni Nunes 

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