Sábado, 18 Maio

Jim Sheridan contorna desastre de «Dream House» com dois novos projetos

 
Depois do desastre da sua última incursão americana, com o thriller “Dream House” (A Casa dos Sonhos), o realizador irlandês de “Em Nome do Pai”, “Meu Pé Esquerdo” e “Na América”, aposta agora em dois novos projetos de cunho muito diferente – aparentemente muito mais próximos do estilo que o consagrou. Longe da Morgan Creek e das atribulações com o produtor James G. Robinson, Sheridan juntou-se agora a Starline Films e ao produtor Jon Doscher, responsável pela produção dos dois projetos. “Old Stoneface” e “Sheriff’s Street” estão previstos para serem lançados em 2012, mas ainda não há nomes divulgados para o elenco. 

“Old Stoneface” conta a história de Lester Piggotts, o mais famoso e reverenciado jockey britânico de todos os tempos. Com reminiscências de “Meu Pé Esquerdo”, o filme aborda a biografia de um homem cuja vida e a carreira foram cercadas de superações e polémicas. Piggotts tinha deficiências na audição e na fala e foi, quando garoto, impedido de interagir com outras crianças. Quando adulto, o seu temperamento foi de um homem arrogante e manipulador, enquanto desenvolvia uma carreira insuperável, marcada por um número estrondoso de vitórias. Piggotts nasceu em 1935 e retirou-se do desporto em 1985. 

Já em “Sheriff’s Street”, Sheridan retorna ao bairro onde cresceu para contar a história de um drama familiar com alguma semelhança com “Na América”. O filme gira em torno das lembranças de Sheamie Sheridan, que retorna à cidade natal após a morte do pai. Neste momento, ele relembra a sua relação com o pai, a dinâmica familiar e a tragédia que se abateu sobre a família em 1962, na rua que dá nome ao filme. Sheriff Street, aliás, foi utilizada como locação nos filmes em “Em Nome do Pai” e “O Boxeur”. Durante anos foi símbolo da vida operária das docas de Dublin – e como tal também associada ao desemprego e à pobreza. Os degradados flats que compunham o bairro à sua volta foram demolidos em 1998. 

Conforme tem sido noticiado, a última aventura de Sheridan na América, “Dream House”, rendeu-lhe inúmeras dores de cabeça, com guerras com os produtores e de retirada do seu nome dos créditos finais. Com um custo de U$ 50 milhões e um cast de primeira linha, com Daniel Craig, Rachel Weisz e Naomi Watts, “Dream House” naufragou nas bilheteiras – está ainda U$ 12 milhões aquém do seu custo – e foi massacrado pela crítica mundial. Craig e Weisz também não gostaram da montagem final do filme – e tornaram público o seu desagrado recusando-se a participar dos eventos de promoção do filme. Ironicamente, Sheridan havia declarado que aceitou fazer “Dream House” para trabalhar em algo mais suave do que os seus projetos habituais – normalmente filmes repletos de intensidade dramática.
 
 Roni Nunes

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