Sábado, 18 Maio

Fernando Meirelles produz aventura na Amazónia que conquistou Berlim

Depois do lançamento de seu último trabalho como realizador, «360», que estreia em Portugal em Abril, Fernando Meirelles (Cidade de Deus) esteve a trabalhar como produtor e assina «Xingu», filme brasileiro realizado por Cao Hamburguer e apresentado no recém finalizado Festival de Berlim. «Xingu» estreia no Brasil em Abril e ainda não tem previsão de lançamento para Portugal.

Depois de uma receção relativamente indiferente na apresentação do filme à imprensa, em Berlim, as coisas correram de forma muito diferente na apresentação de «Xingu» ao público no mesmo festival, na sessão Panorama: sala lotada e aplausos no final. Com um custo elevado para padrões não hollywoodianos (o equivalente a cerca de 6,6 milhões de euros), o filme foi rodado na ainda selvagem região do Tocantins, com todas as dificuldades inerentes à uma produção longe dos grandes centros.
A fita parte da premissa de resgate de três personagens importantes da história brasileira, os irmãos Villas-Boas. No Brasil, como de resto em qualquer país onde predomina o cinema norte-americano, os seus heróis ficam muitas vezes na sombra enquanto outros “importados” e de feitos questionáveis são reconhecidos e valorizados. Os autores de  «Xingu»  decidiram resgatar a história, em ritmo de aventura, dos pioneiros desbravadores das imensas regiões do Centro-Oeste brasileiro. Para além das peculiaridades da aventura em si, o trabalho de Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-Boas culmina na criação do Parque Nacional do Xingu, uma das maiores reservas de proteção aos índios do mundo. 
No centro da história está a expedição de desbravamento realizada em 1943 sob o comando de Orlando Villas-Boas. Inicialmente planeada pelo governo brasileiro como uma expedição de reconhecimento e conquista de vastas zonas até então desconhecidas do homem branco, a operação ganhou, sob a liderança dos irmãos um cunho antropológico. Esta nova perspetiva, sob o pano de fundo de enormes lutas políticas e confrontos físicos entre brancos e índios, culminaria, em 1961, na criação do Parque Nacional do Xingu – uma reserva destinada à proteção da cultura indígena e que estaria no centro dos debates e das políticas governamentais em relação ao índio a partir de então. Com uma área semelhante a da Bélgica e cujo objetivo é também a proteção ambiental, o Parque tem atualmente cerca de 5500 índios de 14 etnias diferentes.
 
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Trailer de  «Xingu»

http://www.youtube.com/watch?v=OQwTWLwKLIM {/xtypo_rounded2} 
 
Roni Nunes 

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