A argentina Inés María Barrionuevo está atualmente em San Sebastián a tratar “do presente e do seu futuro”, como nos disse ontem em entrevista. Presente na Competição Oficial com “Camila saldrá esta noche”, que aborda uma jornada de revolta contra a sociedade patriarcal escolar e nacional de uma jovem que viaja de uma escola pública liberal em La Plata para um colégio privado em Buenos Aires, encontra-se igualmente no Forum de Co-produção com “Espectro”, um filme de terror que a própria escreveu e vai realizar.
Fã incondicional de “Os Outros” e de um cinema de terror mais de suspense que gore e vísceras, Barrionuevo assume que sofre de tripofobia [medo irracional de imagens ou objetos que tenham buracos ou padrões irregulares], o que a impede de ver muitos filmes do género, pelo menos sozinha ou à noite. No entanto acredita que conseguirá realizar o projeto de horror, que até poderá acabar numa plataforma de streaming. “Lamentavelmente, fazer cinema é algo que hoje em dia só se consegue fazer de forma periódica com grandes intervalos de tempo”, o que a leva a abrir a porta para uma nova experiência, potencialmente em streaming. Seja como for, a cineasta argentina promete que a sua visão estará nele, até politicamente, “pois só assim um artista poderá verdadeiramente se exprimir“.
