Quarta-feira, 8 Maio

Fábrica do Terror: “Estamos aqui para divulgar autores”

O projeto Fábrica do Terror tem apenas um ano e meio de existência, mas já ronda os 80 autores publicados e agora apresentou, na edição em curso do MOTELx, a sua mais nova antologia literária – “Os Melhores Contos da Fábrica de Terror”. O livro reúne 37 histórias entre as que foram sendo postas no “website” desde a sua inauguração e pode ser adquirido em https://www.fabrica-do-terror.com/ . O C7nema conversou com dois dos diretores do projeto, Sandra Henriques e Ricardo Alfaia.

A Fábrica do Terror, que apoia todo o tipo de iniciativas e expressões artísticas ligadas ao terror, desde literatura, teatro, cinema e música, entre outras, surgiu desta tentativa de tentar agregar o maior número possível de produtores de conteúdos em Portugal. “Nós víamos a produção destas pessoas em locais como, por exemplo, o Motelx, e pensávamos: onde estão estas pessoas no resto do ano”?, observa Sandra Henriques.

Nesta tentativa de dar espaço a estas manifestações, o “website” experimentou um rápido crescimento – a ponto de exigir cada vez mais horas de dedicação dos seus membros a um projeto que não tem fins lucrativos. “O nosso grande momento”, diz Ricardo Alfaia, “foi quando começámos a receber material de pessoas que nós não conhecíamos, ou seja, o núcleo estava a expandir-se. Hoje temos um volume de textos que recebemos impressionante”.

Claro que nem todos têm qualidade para serem publicados, mas, aqueles para o qual o editor, Pedro Lucas Martins, também fundador da Fábrica do Terror, verifica potencial, muitas vezes são trabalhados de forma à uma forma final satisfatória e sempre aprovada pelo autor. 

Estes, por seu lado, permanecem sempre donos dos direitos dos seus trabalhos. “O nosso objetivo é divulgar, possibilitarmos uma montra, não é ficarmos ricos”, reforça Alfaia. “Assim não faria qualquer sentido ficarmos com os direitos das obras.” Um dos grandes objetivos é adquirir receitas com, por exemplo, a venda do livro, para poder pagar os autores que remetem os textos. 

Para já são pequenas histórias – até um máximo de mil palavras, onde as surpresas ficam muitas surpresas ficam para o final – como no conto de Henriques, “Dona Eugénia”, que até lá observa os rituais do pequeno almoço de uma idosa. Já o de Ricardo Alfaia a observação é de outra ordem: um violento processo de tortura é descrito em “A Amendoeira”.

Mas os criadores do projeto confessam que, se tudo correr bem, para o futuro poderão estar reservadas histórias mais longas e, quem sabe, um romance. Para a leitura de muitas histórias e submissão de contos basta entrar no “website”.

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