Segunda-feira, 20 Maio

Visita ao set de «Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos» – Parte I

Faz agora um ano em que visitámos o set de The Mortal Instruments: City of Bones (Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos), durante o festival de Toronto, edição de 2012. Na altura, foi anunciado com uma nova saga, algures na linha de Twilight, o suficiente para garantir o interesse, caso viesse a ser distribuído no nosso país. Foi assim que subimos para a carrinha, na companhia de outros jornalistas estrangeiros, e rumámos para a Casa Loma, a mansão de estilo medieval que pertenceu ao magnata Sir Henry Mill Pellatt, com interesses da indústria e exército, onde decorriam algumas cenas do primeiro filme da franchise que adapta o bestseller homónimo de Cassandra Clare com a direção do holandês Harald Zwart, com um currículo defendido por filmes como Karate Kid e A Pantera Cor de Rosa 2.

Sabe-se hoje o que se desconhecia há um ano. Ou seja, que uma equipa de adolescentes guerreiros, devidamente dotados de poderes especiais, embarcará numa luta algures numa dimensão alternativa, tendo uma Nova Iorque futurista como cenário. Pelo meio, garante-se um romance entre jovens musculados e garotas sensuais, isto sem falar da proximidade de demónios e vampiros, claro. Quem seguiu a saga Buffy ou a mais recente Twilight, por certo não irá olhar para o lado. A menos que já tenha passado a faixa etária. Mas outros virão. Até porque promete criar novos heróis teen a partir da promoção em redor de Lily Collins, Jamie Campbell Bower, bem como dos novos Robert Sheehan, Kevin Zegers, Jamima West. Tivemos a oportunidade de falar com todos eles. Aqui fica a partilha.

Nesse dia, entre outras cenas, rodava-se aquela em que Alec (Kevin Zegers) surpreende Jace (Jamie) a beijar Clary (Lily), o que provoca alguma tensão entre ambos.

Harald aproveita uma interrupção de um plano para nos falar. Até ser chamado de novo para uma cena com Lily…

Harald Zwart – realizador

<strong»«Gosto de desenvolver histórias de amor…»

Harald, como está a correr a rodagem?…

Bem, muito bem. Têm estado a seguir pelos monitores? Sim, tem sido muito rápido. Fizemos algumas cenas alternativas, porque nunca se sabe bem como vai correr no fim. É bom ter opções.

Foi uma escolha difícil de cast?

A Lily já estava a bordo quando eu entrei. Ela tem uma daquelas caras que mais parece uma personagem de época. E o Jamie foi a nossa escolha para o papel de Jace. Os outros foram alvo de uma grande escolha. Fizeram cenas em conjunto

A Lily tem realmente uma presença incrível. Como a vê como realizador? O que ela lhe dá como atriz?

Acho que deu para verem. Quando lhe peço para dar tudo com o olhar, sem prestar atenção aos diálogos, aí ela excede-se. É uma atriz incrível.

Acha que foi pela sua experiência com atores jovens em Karate Kid que o trouxeram para esta experiência?

Não sei se foi bem esse o ângulo. Sei que os produtores tiveram outros realizadores em mente, mais especializados em criaturas, algo que eu também tinha feito em spots publicitários, mas eu gosto de desenvolver histórias de amor e relações entre as personagens. Acho que a minha escolha teve a ver com essas relações nos meus filmes.

Este é também um filme de ação em grande estilo. Que tipo de desafios sentiu até agora?

Na minha opinião, os filmes de ação são muitas vezes uma questão de repetição de contas matemáticas para tudo resultar. Para mim, o que me deixa mais ansioso é saber se os atores irão ter a resposta emocional à altura da cena. Por exemplo, às vezes há coisas que nos ensaios funcionam bem e nos ‘takes’ podemos ter de trabalhar mais, mas hoje funcionou tudo às mil maravilhas. As cenas de ação normalmente correm bem. O mais divertido foi ter o Jamie, o Kevin, a Jemima e a Lily, todos a treinar para fazerem as cenas à vontade.

Alguma sequência em particular que o tenha agradado mais filmar?

Verão no filme. Haverá cenas acrobáticas inteligentes que o próprio Jamie faz.

Com cabos?

Não, sem cabos. Tal como em Karate Kid, faziam todas as cenas diante da câmara.

Porque filmar em Toronto?

Toronto será replicada para Nova Iorque. Mas hoje em dia todos filmam aqui. Tem equipas excelentes, ótimos valores de produção.

Jamie Campbell Bower – ator

“Gosto deste tipo de desafios…”

Jamie, como descreveria a sua personagem?

Vejo-o com uma certa vulnerabilidade. Uma espécie de um jovem River Phoenix, com uma raiva potencial de um James Hetfield (Metallica). Acho que isso lhe vem da forma como luta e como se comporta. É alguém que se protege das suas emoções e das emoções dos outros. E fica vulnerável por isso mesmo.

O que são realmente os Shadowhunters?
Eles são os protetores do universo conhecido, dos demónios que existem nesse mundo. São os que tentam manter os vilões à margem, acho que… (risos)

Interessa-lhe este género de filmes?

Acho que sim. Desde há algum tempo que tenho procurado este tipo de filmes. Mas nada para além do livro de Cassandra. O que a Cassandra nos oferece é uma bíblia imensa para explorar…

Está agora numa posição especial: depois de Harry Potter, veio Twilight e agora esta nova franchise. Isso deixa-o mais ansioso?

Acho que há sempre uma dose de cautela em cada novo trabalho. Estaria a mentir se dissesse que não abordei cada papel com algum receio e ansiedade. Claro que é algo que faço para mim e porque gosto, mas tenho de fazer com que outros gostem também.

Não pude deixar de reparar nas sua tatuagens. Falsas, presumo…

Sim, são falsas.

Pode descrever o significado delas?

São ‘runes’, todas têm significado especial, poderes especiais. Há o poder do medo, da visão… São poderes que usam as tatuagem em seu poder, de uma forma muito específica. Mas não posso explicar mais do que isto.

Este é um trabalho já bastante físico. Diria que é o mais exigente que fez até agora?

Completamente. Há quatro meses que estou a treinar. E já tinha dito ao nosso coordenador de duplos que queria ser eu a fazer todas as minhas cenas de ação. Portanto, tem sido bastante exigente, mas eu gosto deste tipo de desafios. E quando estiver a ver o filme, gostarei de pensar que fui eu que fiz aquela cena e não outra pessoa por mim.

Isso significou um treino muito específico?

Sim, e muita dieta. Tive de cortar quase tudo, mas senti-me melhor, mais ágil. Sinto que estou a puxar os meus limites e os da personagem. Sinto-me bem, mas é cansativo.

Teve uma boa ligação com os seus colegas?

Sim, foi quase imediato. Todos nos demos logo muito bem.

Pode descrever um pouco a sua ligação com a personagem de Lily?

Carly e Jace conhecem-se num clube. Ela é a primeira personagem ‘mundana’ que ele conhece e que os consegue ver sem eles estarem visíveis para o resto das pessoas do mundo ‘mundano’. Há portanto esta intriga e curiosidade imediata. Ele vê algo nela que reconhece em si próprio, bem como uma energia. Os Shadowhunters não se misturam muitos com as pessoas mundanas, são menos impulsivos. Essa é uma das razões porque ele se interessa por ela. Acho que ele está um pouco aborrecido…

Lily Collins e Jamie Campbell Bower

Acha que a Lily se assemelha à personagem?

Quando a está a interpretar, sim, claro. É fenomenal. O que estamos todos a fazer é tornar estas personagens credíveis. E acho que estamos a conseguir.

É de esperar romance entre a sua personagem e a de Lily? Pelo menos, percebemos algo na cena em que Kevin o apanha a beijar Lily…

(risos) Acho que sim. A certo ponto, eles acabam por se apaixonar. Apesar do seu melhor amigo também estar apaixonado por ela. Por isso, essa cena torna-se algo embaraçosa.

Tinha, altura em que se envolveu no projeto, da importância desta franchise?

Estaria a mentir se dissesse que sim. Foi como no Twilight. Nessa altura, eu não imaginava o que impacto que veio a ter. Mas eu quis fazer parte do projeto, não porque iria fazer dinheiro, mas porque queria provar que era capaz de cumprir o papel.

O que acha que trouxe de Harry Potter e de Crepúsculo para este filme?

Nada… (risos) Cada filme em que participei foi sempre diferente. Vou ser sincero ao dizer que nunca me senti tão bem como neste set. Não sei se é por ter amadurecido, ou porque acredito mais em mim próprio. Fiz uma grande preparação para este projeto e isso ajudou-me muito. Por isso, quando venho trabalhar sinto-me muito à vontade.

Como era o Jamie quando era adolescente com 15-16 anos? Que bandas gostava de ouvir, etc?

Nessa altura em tocava numa banda, The Darling Birds. Era baterista. Nessa altura estava envolvido na cena musical londrina. Andava por Kentish Town (no noroeste de Londres) e tentava ganhar uns trocos.

Está preparado para o tipo de fama na linha de Robert Pattinson?

É algo que eu não me dou conta e, francamente, nem quero dar. Prefiro ignorar esse tipo de projeção, porque estou apenas a fazer o meu trabalho. E é o que quero fazer. Por isso, acho até que esse tipo de pensamento torna-se um pouco perigoso. Se o filme correr bem, ótimo. Ei irei sempre fazer outra coisa, interpretar uma personagem diferente.

Recebeu ultimamente muitas propostas?

Se recebi ultimamente muitas propostas? Interessante. Se assinei algum contrato ultimamente? Não (risos). É claro que existem muitas coisas em que gostaria de me envolver, mas quando estou a trabalhar quero apenas concentrar-me no que estou a fazer.

Descubra na 2ª parte da nossa visita ao set, as  entrevistas a Robert Sheehan, Kevin Zegers e Jamima West

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