Sexta-feira, 10 Maio

Festival de Antália arranca com arrojo visual e narrativo

Arrancou este sábado, 2 de outubro, a  58ª edição do Antalya Golden Orange Film Festival, evento que decorre na cidade costeira da Turquia até 9 de outubro.

O primeiro dia ficou marcado por uma cerimónia de abertura onde foram apresentados os vários júris do certame, destacando-se o da competição internacional, presidido pela realizadora polaca Dorota Kędzierzawska, que é acompanhada na tarefa pelo ator Ali Suliman (O Paraíso, Agora!), a jornalista e crítica de cinema Eva af Geijerstam, o produtor Guillaume de Seille, e a atriz Margita Gosheva (The Lesson). Já na competição turca, preside o realizador Emin Alper, sendo acompanhado pelo diretor de fotografia Ahmet Sesigürgil; a escritora e argumentista Ayfer Tunç; a cantora Gaye Su Akyol; a atriz Hazal Kaya, o ator Muhammet Uzuner e a produtora e realizadora Senem Tüzen.

O presidente da câmara de Antália, Muhittin Böcek, na cerimónia de abertura do evento

Já no domingo, 3 de outubro, começaram efetivamente os primeiros filmes a serem exibidos, com The Blind Man Who Did Not Want to See Titanic” a dar o pontapé de saída no que toca à competição internacional e logo a fazer mossa pela sua história e visual arrojado, um filme onde o realizador Teemu Nikki tenta colocar o espectador no ponto de vista de um cego.

Protagonizado por Petri Poikolainen (um ator cego), o filme segue a jornada de Jaakko, invisual e forçado a mover-se numa cadeira de rodas, que depois de travar amizade com uma mulher online, Sirpa, decide ir ter com ela, iniciando uma viagem na qual tem consciência que vai ter de pedir ajuda a 5 estranhos em 5 momentos diferentes: de casa para o táxi; do táxi à estação de comboios: da estação para entrar na composição; do comboio novamente ao táxi; e do táxi a casa de Sirpa. O problema é que algures neste percurso ele vai cruzar-se com a pessoa errada, transformando-se o drama romântico num thriller atípico e inesperado sobre um homem que tem que passar pelo inferno para alcançar a sua amada.

Desconforto é a palavra que melhor encaixa no espectador ao ver este filme carregado de referências cinematográficas, mas se “Fargo” é mencionado, talvez “Funny Games” seja a melhor dica para comparar a nossa frustração (e raiva)ao assistir o calvário de um homem que não nasceu cego, mas tornou-se devido a uma doença degenerativa (esclerose múltipla) que aos poucos lhe vai diminuindo a força e a hipótese de viver sem qualquer apoio. E pasme-se,  Teemu Nikki ainda consegue incutir humor numa história que certamente conquistou o público turco.

Este dia 3 ficou ainda marcado pela exibição de “Futura”, de Alice Rohrwacher, Pietro Marcello, e Francesco Munzi, na competição internacional, e de “Between Two Dawns”, de Selman Nacar, e “Zuhal”, de Nazlı Elif Durlu, na competição nacional.

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