O que reside nesta fita protagonizada por Priscila Fantin (popular em Portugal devido ao trabalho em inúmeras novelas da Globo) é somente uma caricatura do termo. Depois é o enredo que desenvolve a partir de pedagogias e morais dignas de telenovela que entrelaçam com a denúncia “à la direitos humanos” sob bonecos unidimensionais. Aliás, chamar disto “bonecos” é pouco, basta evidenciar o leque de pseudo-personagens que nunca saem do registo de estereótipo e maniqueísmo, munidos por diálogos tão risíveis e pueris como o próprio argumento (também ele da autoria do realizador).
Parece que Luis Antonio Pereira encontra-se mais interessado em mimetizar um mundo de faz-de-conta do que resolver elaborar um quadro credível povoado por personagens respiráveis. Infelizmente, nem os mínimos foram requisitados pois a realização é pura mediocridade e isente de ênfase dramática, que era seu dever evocar para benefício do seu conjunto de bonecos. Sim, existe aqui qualquer coisa de penoso em assistir um desperdício tão prolongado de material. Felizmente, parece que os envolvidos perceberam de imediato o “potencial” da obra e não excederam o filme para além dos 60 minutos de duração. Até esse curto tempo enfraquece o enredo e os devidos personagens, todos eles encabeçados por atores mal direcionados.
O que resta nisto tudo, segundo o realizador, é a denúncia social. Porém, esse mesmo não ostenta seriedade porque simplesmente o anexo não apela a tal atitude. Para um filme destes, a prisão perpétua era pouco.