Até certo ponto este Kill the Messenger invoca os elementos classicistas dos thrillers de Alan J. Pakula, nomeadamente, e de óbvia referência, All the President’s Men, para depois cair na trapalhada de tecer uma teia maior que a sua própria aranha, uma investigação acelerada por testemunhas relâmpagos (imensos cameos de luxo que deliciarão o espectador) cujo conflito é abalroado vezes sem conta em prol da ácida crítica aos órgãos de comunicação como armas governamentais. Este último ponto comporta-se como a vertente mais audaz e, com isso, a mais bem sucedida no filme. Contudo, depois desse afrontamento, a obra de Michael Cuesta segue por caminhos político-ativistas, ao mesmo tempo que constituiu uma defesa a um homem julgado pelo seu próprio ofício: não o de jornalista, mas perseguidor da verdade.
Este talvez seja um filme mais interessante no seu ensaio teórico do prático, estabelecendo-se como um thriller com os ingredientes certos, mas guiado por fracas vontades. Não me encarem em erro. Kill the Messenger é uma proposta astuta de cinema, mas a sua passagem por certos tabus merecia mais aprofundamento e resistência ao sistema de filme de estúdio. Apesar de tudo, não “matem” este filme!