Porém, cinematograficamente encontramos um filme formal e modelizado. Falta-lhe sobretudo inovação narrativa, alguma loucura pelo meio que invoque rasgos de devaneios artísticos e um olhar crítico mais acentuado (o “desertar” de Aloé Black para um estúdio maior era motivo suficiente para o arranque de um aguçado debate sobre a fidelização). É que sem isto, Our Vinyl Weighs a Ton (título retirado do incontornável álbum de DJ Peanut Butter Wolf, editado pela referida Stone Throw), é uma obra que não provoca nem incomoda, um “bonitinho” tributo capaz de despertar comoção a quem o assiste mas não a quem o verdadeiramente sente.
É ambicioso sim, nisso há que dar o mérito, mas é uma tarefa ingrata descrever anos e anos de riqueza histórica e de vivências em noventa minutos, ainda por cima se o documentário em si se preocupa mais com o seu estilo visual, os seus atributos de trabalho de edição, do que propriamente com o conteúdo. Com entrevistas a Common, Kanye West, Talib Kweli, Peanut Butter Wolf, Flying Lotus, Snoop Dog, entre outros.