Terça-feira, 19 Março

Morreu Stanley Donen, o “Rei dos musicais”

Morreu aos 94 anos o realizador Stanley Donen, conhecido pela alcunha de “O Rei dos Musicais” e responsável por filmes como Serenata à Chuva (1952).

Desde pequeno, Donen teve aulas de dança e estreou-se na Broadway aos 17 anos. Com a ajuda do produtor Arthur Freed e do ator Gene Kelly, transitou para o Cinema, através da MGM, primeiro como coreógrafo em filmes como Com Elas não se Brinca (1943), Afinal de Quem é a Kitty? (1944), Sem Licença Para Amar (1946),A Professora de Rumba (1948) e A Linda Ditadora (1949).


Serenata à Chuva

Foi a sua amizade com Gene Kelly que o levou a estrear-se na realização em Um Dia em Nova Iorque (1949). Na década de 1950, assinou cerca de 14 filmes, onde para além do já mencionado Serenata à Chuva encontramos também Sete Noivas para Sete Irmãos (1954), Negócio de Pijamas (1957) e Cinderela em Paris (1957), filme que reunia Audrey Hepburn e Fred Astaire.

Com os anos 60 e a “morte” dos musicais, transitou com maior intensidade para as comédias românticas, género onde já tinha trabalhado na década anterior, mas que encontrava agora novo fôlego. Trabalhou com Cary Grant, Deborah Kerr e Robert Mitchum em Ele, Ela e o Marido (1960), com Cary Grant, Audrey Hepburn e Walter Matthau em Charada (1963), com Gregory Peck e Sophia Loren em Arabesco (1966) e novamente com Audrey Hepburn e Albert Finney em Caminho para Dois (1967).


Caminho para Dois

Em 1974 adaptou a obra de Antoine de Saint-Exupéry ao cinema, O Principezinho (1974), e um ano depois reunia no grande ecrã Gene Hackman, Liza Minnelli e Burt Reynolds na comédia criminal Uma Mulher dos Diabos.

No início dos anos 80, e fruto dos novos tempos, teve uma rara incursão no horror de ficção científica com Saturno 3, o Robot Assassino (1980), obra que juntava no elenco Farrah Fawcett, Kirk Douglas e Harvey Keitel e contava a história de dois amantes estacionados numa base remota nos campos de asteróides de Saturno. O filme valeu-lhe uma nomeação aos Razzies.

Em 1984 assinou a sua última longa-metragem, Romance no Rio (1984), trabalhando posteriormente com alguns músicos, como Lionel Richie no seu videoclipe Dancing on the Ceiling.

Por esta altura também começou a receber inúmeras homenagens, como no Festival Lumière em Lyon, ou no Cinema Ritrovato em Bolonha. Foi júri por duas vezes no Festival de Cannes, primeiro em 1969 e depois em 1984. Em 1998 recebeu o Oscar Honorário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, em reconhecimento a uma carreira marcada pela “graça, elegância, sagacidade e inovação visual“.

Notícias