«Vivemos num mundo estranho onde o ódio e o cinismo são considerados discursos inteligentes, mas se falares sobre sentimentos podes soar como um idiota. A emoção é o antídoto, é o novo punk.»
Estas palavras são de Guillermo Del Toro (Batalha do Pacífico, A Colina Vermelha), cujo último filme, The Shape of Water, venceu o Festival de Veneza e vai ter honras hoje abrir o Festival de Sitges, na Catalunha.
Perante os jornalistas, o cineasta contou alguns episódios de racismo que sofreu nos EUA, como quando foi visitar um produtor a Beverly Hills (Los Angeles, EUA), e foi mandado parar porque conduzia muito depressa e porque o policia não percebia o que um mexicano naquele carro (de baixa gama) fazia por ali. Mais. Del Toro contou ainda que depois de ganhar o Oscar por O Labirinto de Fauno, o diretor de fotografia Guillermo Navarro quis encontrar um agente nos EUA. Entre as respostas que recebeu, houve uma nestes termos: «Para que quereria um Mexicano? Já tenho um jardineiro».
The Shape of Water é, segundo o cineasta, «um filme cheio de amor e cinema», definindo-o como o seu trabalho mais esperançoso»: «Este é um filme feito contra a corrente, que se vê e se sente tal como eu queria».
Recorde-se que no filme estamos nos Estados Unidos em 1963, em plena Guerra Fria, e em foco está um laboratório do governo que abriga uma experiência secreta. Sally Hawkins e Octavia Spencer protagonizam como duas trabalhadoras que vão ter de lidar com essas experiências.
Michael Shannon, Richard Jenkins, Michael Stuhlbarg e Doug Jones completam o elenco.
The Shape of Water chega aos cinemas em dezembro.