Terça-feira, 23 Abril

Brillante Mendoza foca-se na guerra às drogas nas Filipinas em 2 projetos

 

Começou no passado dia 20 de agosto a exibição na televisão filipina da minissérie Amo (Boss), o mais recente projeto do cineasta Brillante Mendoza, responsável por filmes como Serbis, Kinatay, Lola, Cativos e Sapi.

Descrito como na linhagem do seu filme Mãe Rosa, com a qual partilha o tema (a forma como as drogas afetam a sociedade), vários atores, os argumentistas, e a equipa técnica, o projeto constituído por 12 episódios foca-se no programa governamental Filipino de luta contra a droga e que até agora levou à morte de milhares de suspeitos de tráfico e consumo de estupefacientes durante as operações policiais oficiais e ações perpetradas por vigilantes.


Amo

A série mostra a “controvérsia em torno da Polícia Nacional das Filipinas na campanha do governo contra a droga, bem como seu papel na sua legítima aplicação“, disse Brillante Mendonza, afastando a ideia des estarmos perante uma forma de propaganda e de apoio ao Presidente Filipino, Rodrigo Duterte: “Isso não é propaganda porque a propaganda é quando você favorece uma certa visão. Quando você mostra os dois lados da moeda, isso não é propaganda“.

Sobre a razão por ter aceitado filmar uma série para a TV, numa entrevista de Pedro Pão dos MFF Screenings, o realizador afirmou que decidiu “enveredar por um caminho improvável para verificar se o meu ofício funcionaria noutro tipo de formato“. Já ao Business World, numa entrevista em julho, Mendoza refere que estamos perante um projeto “televisivo com tratamento cinematográfico” e que é diferente de tudo o que já fez, pois cada episódio vai focar-se numa personagem diferente.


Amo

Para além da exibição local, e de estar programada uma nova temporada caso a minissérie tenha sucesso, Mendoza diz que esta produção será exibida em festivais internacionais numa versão Director’s Cut com mais 2 minutos e com novas sequências que não surgem na versão original.

Paralamente, o realizador prepara igualmente uma nova longa-metragem, Right To Kill, baseado nesta produção televisiva. Construído em três atos, cada um deles se focará numa personagem que representa a polícia, a sociedade e os efeitos psicológicos da violência entre os jovens, apresentando três motivações diferentes para matar: matar pelo poder; matar por lealdade e matar como uma forma de expressão.

Espera-se que este Right To Kill chegue aos cinemas em 2018, provavelmente a tempo de Festival de Cannes.

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