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Morreu Jeanne Moreau (1928-2017), a atriz de «Jules e Jim»

Morreu, aos 89 anos, Jeanne Moreau, a atriz e cantora francesa dos filmes Jules e Jim de Truffaut e A Noite de Michelangelo Antonioni. A atriz foi encontrada em Paris, no seu apartamento.

Nascida em 1928, Moreau começou a sua carreira nos palcos, sendo que a sua estreia cinematográfica veio com Dernier Amour (1949) de Jean Stelli. Após colaborações com Jacques Becker em O Último Golpe (1954), Louis Malle em Fim-de-Semana no Ascensor e Os Amantes (1958) ou Roger Vadim numa adaptação de As Ligações Perigosas (1959), teve um dos seus papéis mais famosos no filme de Antonioni, A Noite (1961). Nele, ao lado de Marcello Mastroianni, interpretou a mulher num casal cujo casamento apresenta-se à beira do colapso.

É no entanto, pelo seu papel no ano seguinte, como a rapariga naquele que é um filme-chave da Nouvelle Vague e um dos mais famosos da história do cinema, que será mais recordada, Jules e Jim (1962), de François Truffaut. No mesmo ano foi ainda uma das mulheres que se cruzam com K. na adaptação de Orson Welles d’O Processo (1962) de Franz Kafka. Foi, aliás, o cineasta americano que disse, certa vez, que ela era “a maior atriz do mundo”, tendo voltado a colaborar com ela em As Baladas da Meia-Noite (1965).

Dos mais de 100 filmes que fez, numa carreira ao longo de 65 anos, outros que se podem destacar são A Grande Pecadora (1963) de Jacques Demy, a adaptação de Luís Buñuel de Diário de Uma Criada de Quarto (1964), A Noiva Estava de Luto (1968) de Truffaut, O Grande Magnate (1976) de Elia Kazan, Até ao Fim do Mundo (1993) de Wim Wenders e O Tempo Que Resta (2005) de François Ozon.

Colaborou ainda com Manoel de Oliveira naquela que foi a derradeira longa-metragem do cineasta português, O Gebo e a Sombra (2012). O seu último papel foi na comédia Le Talent de Mes Amis (2015). Dos prémios que recebeu ao longo da sua carreira, venceu o de melhor atriz no Festival de Cannes de 1960 por Recusa (1960) de Peter Brook.