Terça-feira, 23 Abril

O cinema continua a ser «imoral» na Arábia Saudita

As propostas para reabrir os cinemas e organizar espetáculos na Arábia Saudita têm sido fortemente criticadas pelo chefe da autoridade religiosa do país.

As medidas recentemente divulgadas pela Autoridade do Entretenimento do território, como parte das reformas culturais e económicas denominadas de Visão 2030, lançadas no ano passado pelo príncipe Mohammed bin Salman bin Abdulaziz, estão assim em causa.

Segundo o Grande-Mufti da Arábia Saudita, o Sheikh Abdulaziz Al al-Sheikh, os cinemas e entretenimento contínuo podem abrir a porta a «visões vergonhosas, imorais, ateístas e podres» e encorajar a mistura dos sexos. «Espero que aqueles que lideram a autoridade do entretenimento sejam guiados (…) a não abrir as portas ao mal», concluiu o líder religioso.

Recorde-se que os cinemas públicos no país são ilegais desde os anos 1980, havendo algumas exceções no que toca a projeção de filmes, como o festival anual de cinema Dammam, uma celebração de cinco dias da 7ª arte que consegue contornar as regras através de projeções privadas num centro de artes na cidade da costa do Golfo.

Nas últimas décadas contam-se pelos dedos as produções cinematográficas ligadas ao país, destacando-se o sucesso internacional O Sonho de Wadjda, assinado pela cineasta Haifaa al-Mansour.

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