Sexta-feira, 19 Abril

Coreia do Sul: 9 mil artistas numa lista negra do governo?

O realizador Park Chan-wook (Oldboy; Stoker) e o ator Song Kang-ho (Snowpiercer) estão alegadamente numa lista negra criada pelo governo sul-coreano.

A notícia foi avançada na semana passada pelo jornal Hankook Ilbo, que acrescenta que nessa lista negra – que implica que obras em que estes nomes estejam incluidos não tenham qualquer apoio estatal – estão  9473 pessoas ligadas ao mundo das artes. Vale a pena referir que grande parte destes nomes estão ligados a diversos protestos recentes contra o governo, em particular ao que ocorreu logo após o naufrágio do MV Sewol, que provocou 288 mortos a 16 de abril de 2014. Apoiantes da oposição e do atual presidente da câmara de Seul, Park Won-soon, estão, alegadamente, também na lista.

Apesar de ainda não haver uma declaração governamental que contrarie esta notícia, a agência de notícias sul-coreana Yonhap avanou que a suposta lista é de origem duvidosa, até porque muitos dos nomes citados já receberam apoios recentemente a novos projetos.

Recorde-se que nos últimos anos a relação entre o mundo das artes e da política sul-corena tem sido verdadeiramente tensa. Em 2014, cerca de 74 organizações ligadas ao cinema , onde se incluíam cineastas, associações de produtores, festivais de cinema e até membros da Academia de Cinema da Coreia do Sul, protestaram contra as interferências das forças políticas no sector cultural, pondo em risco a sua autonomia e a liberdade de expressão. À frente dessa comissão de emergência estava Eun Lee, presidente da Associação de Produtores Cinematográficos Coreanos (KFPA), que na altura afirmou que «A liberdade de expressão é como a vida para os artistas e que assim, sem liberdade de expressão, não pode haver o desenvolvimento de filmes».

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