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Academia Portuguesa de Cinema entrega troféu a Júlia Buisel


Fotografia por Tellers

Depois de distinguir as atrizes Leonor Silveira e Laura Soveral, e a colorista Teresa Ferreira, a Academia Portuguesa de Cinema atribuíu o Prémio Bárbara Virgínia a Júlia Buisel pelos mais de cinquenta anos de carreira ao serviço do cinema português, não só como atriz mas também como autora, assistente de encenação, assistente de realização, anotadora, script supervisor e, mais recentemente, realizadora. A entrega da distinção ocorreu no passado dia 8 de fevereiro, na Cinemateca.

Nascida em 1939, Júlia Buisel está ligada ao cinema desde a década de 1960. Começou como atriz em Pássaros de Asas Cortadas, mas destacou-se pela sua presença em filmes como O Miúdo da Bica e Uma Hora de Amor. Em 1981, iniciou uma ligação profissional com Manoel de Oliveira que durou mais de 30 anos . Durante esse período, para além de script supervisor do realizador, foi também atriz em alguns dos seus filmes.


Filmagens de Cerro Maior, de Luís Filipe Rocha| Júlia Buisel e Manoel de Oliveira – créditos Henry Maikoff

Depois da sessão de homenagem e da entrega do Prémio Bárbara Virgínia, foi exibida a curta Quantas Vezes Tem Sonhado Comigo, obra que assinala a estreia de Júlia Buisel como realizadora e que utiliza fragmentos escritos por Fernando Pessoa para revisitar, através das personagens interpretadas por Catarina Wallenstein e Dinis Gomes, algumas das casas onde o poeta viveu, bem como locais que gostava de frequentar. Foi igualmente projetado Pássaros de Asas Cortadas, filme que sofreu 17 cortes da censura da época, de Artur Ramos, que conta com Júlia Buisel como intérprete.

O Prémio Bárbara Virginia foi instituído pela Academia Portuguesa de Cinema em 2015 para homenagear mulheres que se distinguiram no cinema português.