Sábado, 20 Abril

«Bad Kids Go To Hell» por Jorge Pereira

É fácil de entender o que Matthew Spradlin pretende com este seu Bad Kids Go To Hell, uma comédia de horror que adapta uma banda-desenhada homónima. Criando uma base que nos remete ao filme de culto The Breakfast Club (O Clube), onde não falta mesmo uma pequena aparição de Judd Nelson, Spradlin coloca seis adolescentes retidos numa sala de detenção pelo reitor. Mas se o clássico de John Hughes colocava aos seus alunos a lutarem por reconhecimento e a liderem com inúmeros dilemas da vida «teen», aqui são alegados elementos sobrenaturais que vão exterminando os estudantes um a um. No final, temos mais um Scooby Doo hardcore que um The Breakfast Club violento.

O grande problema desta comédia de horror fascinada pela estética dos videoclipes e com efeitos visuais dignos do canal SYFY é que não intimida, não assusta, diverte pouco e apenas a espaços. Claro está que existem por aqui vários os elementos que podem transformar o filme num clássico de culto. Há uma sexualização das personagens femininas, violência, problemas adolescentes, mamas ao léu, sexo, gore, diálogos absurdos e vários toques de humor muito negro. Porém, Spradlin cria apenas uma mixórdia sem grande rumo e onde os melhores momentos surgem em forma de sketch, quer através do recurso a flashacks, quer na reação às mortes.

No final temos mais um filme com melhores intenções que resultados e que até poderá divertir se estiverem para aí virados, especialmente se rodeados de fanáticos das comédias de horror “camp” e já regados com algum álcool.

O Melhor: Há algumas situações isoladas hilariantes
O Pior: Não assusta e diverte menos do que o conceito sugeria


Jorge Pereira

Notícias