Sexta-feira, 19 Abril

Christopher Nolan e Paul Thomas Anderson contra o “motion smoothing” das TVs modernas

Depois de Reed Morano (The Handmaid’s Tale), James Gunn (Guardiões de Galáxia) e Rian Johnson (Star Wars: Os Últimos Jedi), mais dois cineastas vieram a público criticar o “motion smoothing” presente em quase todas as televisões que hoje em dia são vendidas.

Também chamado de “efeito soap opera“, o motion smoothing é conhecido por vários nomes, dependendo do fabricante, como TruMotion, MotionFlow, Motion Interpolation, ClearScan, Auto Motion Plus, AquoMotion, De-Judder e De-Blur, entre outros.

Este efeito dos televisores HD é usado principalmente para transmissões de desporto, artificialmente aumentando o “frame rate” dos conteúdos, inserindo frames falsos num vídeo para remover o aspeto desfocado (o blur) do movimento da imagem. Os fabricantes têm vendido os televisores com este “efeito” ligado por defeito e é isso que Christopher Nolan (Dunkirk) e Paul Thomas Anderson (Linha Fantasma) vieram a público criticar, pois tradicionalmente as obras cinematográficas são filmadas a 24 frames por segundo. Aumentar artificialmente o número de frames afasta-se das artes cinematográficas e da intenção dos cineastas, dando-lhes uma qualidade hiper-real.

Nolan e Anderson foram mais longe do que apenas criticar o efeito nas redes sociais e entraram em contacto com os fabricantes de televisão através da UHD Alliance para garantir que o público em casa possa ver os filmes apresentados o mais próximo possível do que o realizador pretende. O site Slashfilm (via Dark Horizons) informou hoje que os membros da Directors Guild of America (Sindicato dos Realizadores) receberam um e-mail na semana passada que pedia aos cineastas que respondessem a algumas questões que possam ajudar na conversa entre os realizadores e os fabricantes de TVs. 

O objetivo deste grupo de trabalho é enviar os resultados do estudo aos fabricantes e implementar um “modo de referência” mais preciso das intenções dos cineastas em apresentar o seu trabalho no pequeno ecrã, tentando assim equiparar a experiência à dos cinemas.

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