Atriz de carreira invejável no circuito português, passando pelas mais diferentes áreas como o Cinema, Televisão e Teatro, Beatriz Batarda esteve presente no Centro de Estudos Camilianos para receber um prémio em sua honra no Festival de Cinema Jovem de Famalicão, o Ymotion. Acompanhada pelas três filhas; Luísa, Leonor e Maria, a atriz subiu ao palco e após a estatueta atribuída dirigiu-se ao público e convidados com um discurso preparado, retoricamente questionando o porquê da razão de estar ali naquele preciso momento, num festival dedicado ao “sangue novo” e de muito altruísmo.
Beatriz Batarda falou sobre heróis e desgraçados, essa dicotomia que no meio do audiovisual pouco se distingue. Dirige-se aos premiados da noite como “heróis”, enquanto que na frase seguinte asserta com a dita oposição: “Não se iludam porque vocês são os desgraçados“. Prosseguindo na explicação, a atriz passou da denominação à premonição. “Vocês são os desgraçados porque estão condenados a viver uma vida em risco“, numerando os diferentes desafios que estes jovens laureados tem pela sua frente, desde os artísticos, financeiros e até pessoais, “porque é preciso muito ‘guito’“.
Até aqui, iludidos, sendo esse o gancho do discurso de Batarda, a atriz dirige-se para o canto da plateia em direção das suas filhas e resolve desvendar a razão para a viagem feita na companhia das suas “mais-que-tudo” ao longo de três longas horas. O discurso não era para nenhum dos premiados, para o público em geral, nem sequer para Famalicão e esta iniciativa. Todas aquelas palavras era direcionadas a elas mesmas, às suas filhas. “Vocês são a minha missão mais querida“.
A 5ª edição do Ymotion decorreu entre os dias 2 e 9 de novembro, com mais de 40 curtas em competição extraídas de 170 candidaturas. Pedro Cabeleira, o jovem realizador da longa Verão Danado, sai do evento galardoado com Melhor Filme e Melhor Elenco pelo seu Filomena, a história de uma empregada doméstica que ousa sonha alto perante o seu precário quotidiano. Guilherme Daniel e a sua Estranha Casa na Bruma vence o Prémio de Fotografia, enquanto que Direito à Memória, de Rúben Sevivas, sobre a única gravação da campanha eleitoral de Humberto Delgado, conquista o de Melhor Documentário. Os restantes prémios foram atribuídos a Equinox, de Bruno Carnide (Argumento e Animação), o díptico western caseiro Billy: The Kid e Johnny: The Punisher, ambos de César Santos (Prémio Escolas) e O Jardim, de Bruno Moreira (Prémio Público).
