Quinta-feira, 28 Março

As apostas da Berlinale

Tem Agnès Varda, Zhang Yimou, Fatih Akin, Agnieszka Holland e Tsai Ming-liang (em reprise de Rebels of the neon god – Os Rebeldes do Deus Neon) na seleção da Berlinale 2019: com uma equipa dessas, não se pode falar em carência de autores na edição de despedida de Dieter Kosslick da direção artística.

A 69ª edição da maratona germânica começa nesta quinta-feira, mas já há cartazes dela – e dos seus títulos mais esperados – espalhados por toda a Potsdamer Platz, com destaque para o thriller The Golden Glove, do teuto-turco Fatih Akin, que reproduz a vida noturna da Hamburgo dos anos 1970, a partir da recriação dos crimes de um psicopata.


The Golden Glove
 

Quem vai abrir o evento é Lone Scherfig, cineasta dinamarquesa conhecida por “Uma Outra Educação” (2009), de volta aos holofotes com The Kindness of Strangers. Protagonizado por Zoe Kazan, argumentista e atriz de Ruby Sparks (2012), neta do mítico diretor Elia Kazan (de Há Lodo no Cais), a longa-metragem passa sob o crivo de um júri presidido pela atriz Juliette Binoche e composto pelo crítico Justin Chang (EUA), a estrela germânica Sandra Hüller, os diretores Trudie Styler e Sebastián Lelio (ela do Reino Unido, ele do Chile) e pelo curador do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) Rajendra Roy. É a história de uma jovem que foge para o inverno nova-iorquino, deixando para trás um marido abusivo. Confira a seguir os demais destaques:

A Portuguesa, de Rita Azevedo Gomes

A diretora do seminal O som da terra a tremer vai sacudir a mostra Fórum, de Berlim, com a história de uma mulher que tenta transformar um castelo numa morada para si e para o seu marido, um homem casado com a guerra.


Divino Amor, de Gabriel Mascaro

Num duo com um dos argumentistas mais requisitados do Brasil na atualidade, o professor e escritor Lucas Paraízo, o diretor de Boi neon (2005) investiga o fundamentalismo da América Latina num futuro no qual o carnaval foi abolido. À frente da trama vem Dira Paes: ela é uma escrivã de cartório às voltas com dilemas religiosos.


Varda par Agnès, de Agnès Varda

Nascida em 30 de maio de 1928, a diretora de marcos como Cléo das 5 às 7 (1962) monta um puzzle de sua memória a partir de resquícios das viagens que fez durante o lançamento de Visages Villages – Olhares Lugares (2017), pelo qual ganhou a Palma de documentários de Cannes, o troféu L’Oeil d’Or.


Watergate — Or, How We Learned to Stop an Out-of-Control President, de Charles Ferguson.

A metragem assusta: 4h20. Mas o oscarizado diretor de Inside Job – A Verdade da Crise (2010) promete uma pilha de imagens inéditas do governo Nixon e uma montanha de dados que revelam bastidores nunca imaginados, acerca da corrupção na Casa Branca, que levou o governo americano a uma crise moral.


L’Adieu à la nuit, de André Téchiné

O veterano crítico da revista Cahiers du cinema (bíblia da cinefilia mundial), que dirigiu filmes de culto como Os Juncos Silvestres (1994) e Les témoins (2007), arranca uma inspirada atuação de Catherine Deneuve, ao escolher a diva para a história de uma criadora de cavalos que se vê diante de um dilema moral diante do envolvimento do neto com crimes políticos.


Grâce à Dieu, de François Ozon

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Entre todas as 17 longas metragens em competição pelo Urso de Ouro, o mais esperado é este drama sobre amigos de infância, maculados por um padre abusador em sua meninice, que decidem denunciar os crimes da Igreja Católica. O mercado exibidor francês já sonha com indicação ao Oscar para o novo trabalho do realizador de sucessos como Dentro da casa (2012).


 Flatland, de Jenna Bass

Nesta produção da África do Sul, uma policia tenta investigar um crime, a fim de manter a ordem em seu perímetro de ação, mas depara-se com um caso ligado à violência contra a mulher e ao sexismo.


 Greta, de Armando Praça

Só o facto de vermos uma longa metragem com Marco Nanini como protagonista, após um hiato de quase nove anos de ausência dele do grande ecrã, já torna esta produção ambientada no Ceará um alvo de curiosidades. Nanini é um enfermeiro gay que tenta ajudar uma amiga trans e acaba se envolvendo com um jovem de índole torta.


Light of my life, de Casey Affleck

O vencedor do Oscar de melhor ator por Manchester by the Sea (2016) assina a direção desta ficção futurista distópica sobre um mundo em que as mulheres do planeta morrem vítimas de uma doença misteriosa, sobrando uma menina.


 The shadow play, de Lou Ye

O realizador do premiado Love and Bruises – Amor e dor (2011) cria um filme noir na China dos dias atuais, seguindo os passos de um policial que tenta averiguar o mistério por trás do suicídio de um executivo.

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