Terça-feira, 19 Março

Festival de Sundance: 10 ficções para manter debaixo de olho

 

O Festival de Sundance arranca a 18 de janeiro e decorre durante 10 dias em Park City, Utah. Se antigamente este era um porto seguro para pequenas produções poderem encontrar ouro, agora muitos dos filmes do festival já lá chegam com grandes máquinas de propaganda por trás e inúmeros distribuidores a guerrearem por lhes deitar a mão.

Aqui fica uma lista de 10 filmes que estamos em crer vão dar que falar no certame.

Colette

Drama biográfico com base na vida da escritora francesa Sidonie-Gabrielle Colette. Colette supera um casamento abusivo para emergir como uma escritora, chegando mesmo a ser candidata ao Prémio Nobel de Literatura em 1948. O filme conta com Keira Knightley (Piratas das Caraíbas) e espera-se que seja um dos grandes negócios do Festival de Sundance. Fala-se da Sony, mas os elogios de Knightley às novas plataformas e o facto de ela frequentemente negar participar em séries poderá levar a que Netflix ou Amazon invistam por aqui.

 

American Animals

No regresso de Bart Layton (The Imposter) ao Cinema seguimos um quarteto de estudantes de artes, liderados por Evan Peters (X-Men) e Barry Keoghan (Dunkirk). Passado e presente cruzam-se numa narrativa existencial de um “heist movie” que promete dar que falar.

 

Juliet, Naked

Baseado na obra de Nick Hornby (Alta Fidelidade), o filme aborda o poder da internet, e tem Rose Byrne como Annie, cujo namorado Duncan (Chris O’Dowd) é obcecado com um rocker em decadência, Tucker Crowe (Ethan Hawke), o qual lançou o seu primeiro CD em vinte anos.

Hawke é uma presença assídua em Sundance, tendo já participado em mais de uma dezena de filmes que estrearam no festival. Os filmes baseados em livros de Hornby têm saída no mercado, por isso há um interesse extra em ver a receção do público.

 

Leave No Trace

Depois de ter dado nas vistas com Winter’s Bone (Despojos de Inverno), Debra Granik regressa com a adaptação ao cinema do livro My Abandonment, de Peter Rock. No filme seguimos um pai (Ben Foster) e a sua filha de 13 anos (Thomasin Harcourt McKenzie) que estão desesperados para manter o seu modo de vida nas florestas do Forest Park.

Granik descobriu Jennifer Lawrence e promete que Thomasin Harcourt McKenzie é a próxima estrela que vai lançar.

 

Lizzie

Lizzie Andrew Borden – uma das figuras mais tradicionais e icónicas da cultura popular norte-americana – foi levada a tribunal no final do século XIX pelo duplo homicídio do seu pai, Andrew J. Borden, e da sua madrasta, Abby Borden, mortos na sua casa com recurso a uma arma pesada e afiada no dia 4 de agosto de 1892.

Chloe Sevigny, que já esteve para desempenhar o papel de Lizzie numa série de TV que nunca avançou, assume neste Lizzie o protagonismo, enquanto Kristin Stewart é Bridget Sullivan, a empregada da família Borden que vivia na mansão junto a eles. Durante os assassinatos, estas seriam alegadamente as únicas pessoas na casa. 

 

Monsters and Men

É através de três perspetivas distintas da morte de um homem negro nas mãos da polícia que Monstros e Homens carbura. À gimnica cinematográfica de Reinaldo Marcus (certamente influenciada por Rashomon de Akira Kurosowa) é adicionado o facto do filme mostrar a maneira como esse evento afeta a vida de três homens: um pai que tenta apoiar a família, um policia afro-americano (John David Washington) e um atleta de liceu (Kelvin Harrison Jr.). Cada um vai questionar a sua forma de agir moralmente diante da injustiça social.

Será este o Fruitvale Station desta edição?

 

Wildlife

Estavamos em 2012 quando Paul Dano confidenciava ao c7nema a intenção de passar à realização: “Sim vou realizar um filme, não há dúvida. Até poderá levar anos, não sei.”. Demorou quatro anos, precisamente, pois com este Wildlife o ator de filmes como Okja ou Haverá Sangue assume mesmo a realização, sendo apadrinhado nesta estreia com a presença de Carey Mulligan e Jake Gyllenhaal no elenco.

Baseado no livro de Richard Ford, que Dano adaptou com a sua namorada Zoe Kazan (The Big Sick), este é um drama familiar passado na década de 1960 que já se diz que poderá chegar aos principais prémios em 2018.

 

I Think We’re Alone Now

De Abel Ferrara, a Lars Von Trier, passando por Seth Rogen, o fim do mundo tem sido tratado de diversas maneiras no cinema da última década.

Por isso cresce o interesse no que Reed Morano – que realizou episódios de The Handmaid’s Tale – pode acrescentar e inovar. Para isso ela muniu-se de Elle Fanning e Peter Dinklage, dois atores habituados ao cinema independente e a obras de cariz muito peculiar. As expetativas são altas…

 

Ophelia

Há vida para além de Star Wars na carreira de Daisy Ridley? Veremos se a atriz mostra o seu valor fora de uma grande produção, aqui numa nova versão de Hamlet de William Shakespeare com Naomi Watts e Clive Owen a acompanhá-la.

 

The Tale

O regresso de Laura Dern em força ao Cinema e à TV (não esquecer Big Little Lies) é reforçado com um filme cuja temática não podia estar mais nas manchetes dos jornais. Os abusos sexuais. Dern é uma mulher que deve reavaliar sua vida depois de perceber que pode ter sido agredida sexualmente quando era criança.

Ellen Burstyn e Common no elenco secundário dão ainda mais chama a um filme que promete fazer mossa.

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