Sexta-feira, 29 Março

Vera Chytilova, a “Primeira-Dama” do Cinema Checo, em retrospetiva no 15º Doclisboa.

A 15º edição do Doclisboa – Festival Internacional de Cinema decorrerá de 19 a 29 de outubro, mas já foi revelado algumas novidades de mais uma mostra de cinema documental e experimental. O aquecimento se dará no próximo dia 7 de julho, com a exibição de Strop, ao ar livre no terraço da Cinemateca Portuguesa. O filme em questão abrirá a retrospetiva de Věra Chytilova, a chamada “Primeira-Dama” do cinema checo, uma das responsáveis pela nova vaga e do reconhecimento do cinema nacional no resto do Mundo, que será projetada na sua integralidade no decorrer do Doclisboa.

Tendo falecido em 2014, aos 85 anos, as suas obras são distinguidas pela sua forte critica à sociedade e às relações humanas. A sua primeira experiência no cinema foi como “rapariga da claquete” no Estúdio Cinematográfico de Brrandov, mas a partir dai ascendeu-se como actriz, argumentista e assistente de realização. Recusou uma bolsa e até uma recomendação do estúdio, ingressou na FAMU (Academia Superior Cinema de Praga) onde teve como mentor o cineasta Otakar Vávra. Graduou-se em 1962 como realizadora, e o seu filme de graduação foi Strop. Definiu uma carreira experimental e irreverente, tendo sido muitas vezes caracterizada como umas das lideres da Nouvelle Vague checa. Entre os seus trabalhos mais notórios encontram-se Daisies (1966), Fruit of Paradise (1970) e Kalamita (1982). Foi impedida de trabalhar no seu ramo pelo regime soviético e os seus filmes banidos até 1975, a realizadora nunca deixou o seu país e mesmo com propostas de trabalha no Ocidente. O seu último filme foi Pleasent Moments (2006). 

Outra novidade a ser apresentada como “aperitivo” do Doclisboa é a exibição de Un Jeu Si Simple, de Gilles Groulx (1964), um documentário que explora o universo do hockey no gelo. Servirá como arranque do ciclo “Uma outra América – o singular cinema do Quebec“, a ser desenvolvido com colaboração com a Cinemateca Portuguesa e a Sodec, reunindo uma mostra de nomes que vai desde Pierre Perrault, Gilles Groulx, Claude Jutra, Michel Brault, Anne Claire Poirier, Marcel Carrière a Denis Côté.

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