Sexta-feira, 19 Abril

FESTin regressa com nova mostra de cinema lusófono

O FESTin prepara mais uma edição repleta de cinema afluente de língua portuguesa. Nesta 7ª estadia no já habitual Cinema São Jorge, o festival apresentará uma mostra composta por 74 filmes, incluindo longas e curtas-metragens ficcionais e documentais, e um rico leque de trabalhos realizados por mulheres. Entre as novidades deste ano conta-se com a recém-criada secção FESTin Arte, que visa o lado mais experimental e alternativo do cinema lusófono. O festival decorre entre 4 e 11 de maio.

O certame arrancará com a estreia As Cartas de Amor são Ridículas, de Alvarina Sousa e Silva, cujo título é inspirado num poema de Fernando Pessoa e que centra na história de um pai e cinco filhas, todas elas com nomes de flores e com idades recomendáveis para casar.

Na competição destaca-se ainda o thriller de vingança, Mundo Cão, que marca o regresso de Marcos Jorge, o mesmo realizador de Estômago, considerado como um dos filmes surpresas de 2007, Zenaida, o drama cabo-verdiano de Alexis Tsafas e Yannis Fotou sobre uma mulher que torna-se vitima de uma rede de tráfico de humanos e ainda Ausência, de Chico Teixeira, com estreia mundial na secção Panorama do Festival de Berlim.

Quanto aos documentário, muitos serão os temas abordados pelas seis longas-metragens presentes na respetiva competição. Nas recomendações surge Touro, de Larissa Figueiredo, a viagem da atriz portuguesa Joana de Verona à Ilha de Lençóis, situado no litoral norte do Brasil, em busca dos rasto mitológicos de D. Sebastião. Estreado em Roterdão e com passagem em Locarno, Touro poderá ser encarado como um herdeiro do cinema docuficcional de Miguel Gomes visto que, segundo a realizadora, o cineasta português foi o seu mentor.


A arte como cura terapêutica de Olhar de Nise, de Jorge Oliveira e Pedro Zoca, o drama da deportação em Deportados, de Paulo Cabral, e a focada realidade do interior das penitenciárias brasileiras em Central, de Tatiana Seger e Renato Dorneles, são outras recomendações a terem em conta na secção documental.

Quanto ao FESTin Arte, que segundo a organização foi criado para servir de espaço para “propostas estimulantes e fora do circuito convencional”, serão apresentados três filmes que tão bem esboçam a experimentalidade e criatividade do cinema em geral. O filme Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois, de Petrus Cariry, o confronto emocional de uma mulher ao lidar com a anunciada morte do seu pai, inaugura esta nova secção.

Mesmo com a homenagem ao 20 anos de CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), o FESTin terá uma programação com predominância brasileira, muito graças à Mostra de Cinema Brasileiro, que nesta edição salientará a chamada Nova Geração. Um leque de obras distribuídos em variados géneros e alguns deles improváveis na historia do festival como thriller sobrenatural, A Floresta Que Se Move, de Vinícius Coimbra.

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