Quinta-feira, 25 Abril

Filme de Natalie Portman abre Mostra de Cultura Judaica

 

Uma História de Amor e Trevas estreou no Festival de Cannes do ano passado e marcou a estreia na realização da atriz de Cisne Negro. O filme abre a 4ª edição da Judaica, que decorre entre 16 e 20 de março no cinema São Jorge, em Lisboa, expandindo-se depois para Cascais, Belmonte e Castelo de Vide. Não só dedicada a filmes, a mostra investe fortemente em literatura, música e, inclusive, num passeio turístico por Lisboa.

Vem do mundo das letras a obra de Portman, que levou anos atrás de um argumentista que lhe agradasse para adaptar as 600 páginas da autobiografia de Amos Oz. O escritor israelita é um dos grandes nomes do país. A atriz, que saiu de Israel quando tinha 13 anos, interpreta a mãe dele – numa história marcada pelo relacionamento problemático dela com o pai de Oz.

Elena Piatok, diretora da Judaica, reforça o empenho de Portman no projeto, algo que passou por perder o sotaque ganho a viver nos Estados Unidos. “Era algo muito simbólico, uma homenagem a Israel“, diz. Mesmo sendo de lá, ela enfrentou enormes dificuldades e resistências para fazer o filme. “Foi muito corajoso da parte dela e esperamos que seja um sucesso“.

MAIS LIVROS… E FILMES

Outro livro importante está na origem do filme de encerramento, Febre ao Amanhecer. Best-seller na Hungria, narra história de um homem acolhido pela Suécia após a 2ª Guerra Mundial. Doente e com pouco tempo de vida decide escrever a todas as mulheres da sua terra igualmente recebidas no país a fim de casar. Uma delas responde… A obra foi realizada por Péter Gárdos, que estará presente em Lisboa.

Já os textos de Sholem Aleichem inspiram Cântico dos Cânticos, obra de Eva Neymann que traz uma história passada num shtetl, as pequenas comunidades judaicas existentes no antigo Império Russo no século XIX e que desaparecem com o holocausto. “É uma das joias do festival“, diz Elena. Estes livros e muitos outros estarão também à venda no São Jorge durante já tradicional Feira do Livro.

MÚSICA

A aposta da Judaica em outras artes levou à substituição da tradicional sessão cinematográfica do sábado à noite por um concerto – a cargo do eclético grupo berlinense Daniel Kahn & The Painted Bird (foto acima), que mistura a tradicional música Klezmer com outras sonoridades. Este mesmo estilo musical, tal como sefardita, aparecem no debate Klezmer-Sefardita: Duas Músicas, Um Mundo – onde os conferencistas discutem as origens e similaridades entre os dois estilos.

Outro projeto Jerusalém Oriental, Jerusálem Ocidental, traz o jornalista Henrique Cymerman a documentar as gravações de um álbum do israelita David Broza. Mais do que canções, Broza faz uma afirmação política, reunindo músicos de ambos os lados de um conflito que parece não ter fim. “A música na cultura judaica é tudo. Todos os anos abordamos com diversos filmes e eventos a riqueza da nossa herança“, assinala Elena.

A programação completa da Judaica pode ser consultada em http://www.judaica-cinema.org/

 

 

 

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