Quinta-feira, 25 Abril

Queer Lisboa 19 – O que esperar da edição 2015 do festival mais antigo da capital

Como vem sendo habitual, o Festival de Cinema Queer divulgou ao longo do final da tarde de ontem em conferência de imprensa no Hotel Florida as principais novidades desta que é já a sua 19ª edição. 

Estarão presentes 76 filmes vindos de 34 países diferentes com forte presença europeia, sendo os “campeões” de produções Alemanha e França, com 12 obras presentes cada. Portugal apresenta nesta edição 8 filmes. 

Desde 2014 que o Festival é financiado pelo programa MEDIA, tornando-se o único Festival de Cinema europeu do género a conseguir tal estatuto. 

Este é um ano importante para a organização, pois prepara-se também para lançar a 1ª edição do Queer Porto, que o programador e diretor artístico João Ferreira fez questão de referir não ser uma mera “extensão” do Queer Lisboa, mas um festival com programação própria. 

Voltando à capital, e aos principais destaques da programação, podemos começar logo pelos filmes de abertura e encerramento: respectivamente o brasileiro Praia do Futuro [no foto acima] de Karim Ainouz (Madame Satã), e Eisenstein in Guanajuato, o mais recente filme de Peter Greenway (Livro de Cabeceira) – filmes que só pelo passado e estatuto de culto obtido por obras passadas dos realizadores merecem atenção imediata. 

Pelo meio, haverá uma sequência de filmes, que apesar de obedecerem às regras clássicas (o HIV, o “coming out”, a homofobia, transfobia, a exclusão familiar), demonstram uma vontade do cinema queer de abrir fronteiras, e de tratar de temas como «a crise financeira e económica, as migrações, o terrorismo, a xenofobia, a falência dos regimes democráticos, os problemas ambientais, a fome, entre inúmeros outros desafios que o mundo enfrenta neste novo século». Entre os quais, temos o grego 7 Kinds of Wrath, o documentário polaco Call Me Mariana [foto abaixo] sobre um processo difícil de mudança de género, o brasileiro Beira-Mar e o francês Vivant!, outro registo documental, desta feita sobre um grupo de seropositivos que se preparam para o seu primeiro salto… de paraquedas.

De regresso estão as secções Queer Art, Queer Focus (com o tema “Economia do Sexo”), Queer Pop (destaque especial este ano para o coletivo musical de apoio à luta contra o HIV Red+Hot, e para uma retrospetiva visual de Bjork e a sua relação com o corpo e a natureza que a rodeia), In My Shorts e Hard Nights (a incluir os três mais recentes filmes do português António da Silva, e também duas produções da fotógrafa e cineasta dinamarquesa Goodyn Green. 

Resta dizer que o Queer Lisboa 19 decorrerá de 18 a 26 de Setembro no Cinema São Jorge. 

André Gonçalves

Notícias