Terça-feira, 23 Abril

Novo filme de Luis Filipe Rocha no Festival de Cinema de Montreal

 

A décima longa-metragem de Luís Filipe Rocha, Cinzento e Negro, encontra-se selecionada para a Competição Mundial do Festival dos Cinemas do Mundo de Montreal, no Canadá – que arrancou no passado dia 27 de agosto e se prolongará até 7 de setembro.

A obra está prevista ser projetada no dia 5 a 6 de setembro, em sessões que contarão com a presença do realizador.

Cinzento e Negro, uma co-produção da Fado Filmes e da brasileira Luz Mágica Produções, é descrito como uma história vulcânica, uma tragédia grega sobre cenários de western, com Joana Bárcia, Miguel Borges, Filipe Duarte e Mónica Calle no elenco. Trata-se do regresso do cineasta aos Açores, onde grande da ação da obra foi rodada na ilha de Faial.

Luís Filipe Rocha é de momento um dos realizadores veteranos mais ativos do cinema português, tendo iniciado a sua carreira cinematográfica em 1975, com curtas-metragens direcionadas para a televisão, mas antes ainda havia executado os cargos de actor, dramaturgo, e assistente de direcção no Teatro. Depois da primeira média-metragem, Barronhos – Quem Teve Medo do Poder Popular (1976), onde reconstitui um crime num bairro de lata ocorrido no ano anterior, Luís Filipe Rocha avançou para o território das longas com A Fuga, que remetia a uma tentativa de evasão de prisioneiros políticos em Peniche por volta da década de 50.

Em 1981, a sua obra Cerromaior, baseado no livro de Manuel da Fonseca, faz figura na secção Un Certain Regard (Um Certo Olhar) no Festival de Cinema Internacional de Cannes. Depois seguiu-se o díptico Sinais (Sinais de Vida em 1984, e Sinais de Fogo em 1994), intercalado por Amor e Dedinhos de Pé, em 1992, até chegar ao seu maior êxito de público, Adeus Pai (1996), com Afonso Pimentel e João Lagarto, que conseguiu levar mais de 100 mil portugueses ao cinema.

Em 2000, Luís Filipe Rocha dirige Camarate, com Maria João Luís no protagonismo, e dois anos depois, A Passagem da Noite, com Leonor Seixas, que foi um dos filmes portugueses mais premiados em festivais internacionais.

Antes de Cinzento e Negro, o cineasta já havia integrado a Selecção Oficial do Festival dos Cinemas do Mundo de Montreal com A Outra Margem (2007), a história de amizade de um transvesti (Filipe Duarte) e de um jovem rapaz com Síndrome de Down que se aventuram na descoberta de relações familiares e o contraste das suas existências. Conquistou o prémio de melhor ator principal, para Filipe Duarte e Tomás Almeida (exaequo).

Vale a pena salientar que o certame do Festival dos Cinemas do Mundo de Montreal arrancou com o iraniano Muhammad, de Majid Majid, remetendo-nos à cidade de Makkah em pleno século VII, e encerrará com Belgian Rhapsody, de Vincent Bal, um musical belga.

Cinzento e Negro não será a única presença portuguesa no festival… Capitão Falcão [ler crítica], as mil e uma aventuras do herói salazarista de João Leitão, iniciará no Canadá a sua digressão mundial nos dias 2 e 3 de setembro, sob o titulo internacional de The Portuguese Falcon.

 

Hugo Gomes

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