Sexta-feira, 19 Abril

«El Club» vence numa edição de luxo

O 25° Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema teve sua Cerimônia de Encerramento na quarta-feira, dia 24 de junho de 2015.

O Clube, do chileno Pablo Larraín, foi o grande vencedor do Cine Ceará, arrecadando o Troféu Mucuripe, bem como um cheque no valor de US$ 10.000,00 (dez mil dólares).

Na viagem ao interior de uma casa de reclusão para padres afastados da sua missão devido a casos de pedofilia e outros pecados, o consagrado realizador de Tony Manero e Não! destacou-se numa seleção competitiva de excelente qualidade e diversidade, acumulando também o prémio da Abraccine, concedido pela crítica. O Clube acumularia ainda o prémio de guião e do elenco masculino, devidamente representado no festival pelo ator Alejandro Goic.

Igualmente muito apreciado pela crítica local e internacional, Cavalo Dinheiro, de Pedro Costa, recebeu dois prémios técnicos de grande importância – destacando o exemplar trabalho de Fotografia de Leonardo Simões e o som de Oliver Blanc e Vasco Pedroso. Registe-se que por ter ganho o prémio da crítica em Pernanbuco, o CinePE, em Maio passado, Cavalo Dinheiro ficou afastado do mesmo prémio.

Destaque ainda para o magnífico trabalho de Lisandro Alonso, em Jauja, justamente premiado com o prémio de realização.

A atriz basca Itziar Ituño levou para casa do prémio de interpretação feminina pelo surpreendente e rigoroso Loreak. De registar ainda o prémio especial do júri atribuído ao documentário brasileiro Cordilheiras do Mar: A Fúria do Fogo Bárbaro, de Geneton Moraes Neto, numa evocação da vitalidade política do cineasta Glauber Rocha, o pai do Cinema Novo.

Os vencedores das mostras foram a longa-metragem O Clube ; e a curta-metragem Kioto, de Débora Viegas. A Mostra Olhar do Ceará premiou como melhor curta – Alguns Páreos em Palermo, dirigido por Gabriel Silveira.

Em jeito de conclusão, vale a pena dizer que a edição dos 25 anos do Cine Ceará fica marcada pela enorme qualidade, muito homogénea, da dezena de filmes selecionados. Na verdade, mesmo em certames internacionais de maior relevo não é comum registar-se uma tão grande variedade de propostas de grande cinema. Assim de repente, lembramo-nos de elencar as surpresas que foram Crumbs, a visão retro da globalização numa Etiópia pós apocalíptica, pela mão do cinema excitante do espanhol Miguel Llansó, a novidade do cinema cubano a surpreender com uma sábia mescla de novo realismo e documentário em A Obra do Século, de Vicente Rojas, e ainda NN, a abordagem do desalento dos familiares das vítimas dos milhares desaparecidos durante os anos de fogo dos grupos armados Sendero Luminoso e MRTA, num trabalho muito competente de Héctor Gálvez.

Enfim, um festival de permanente deslumbramento, reforçado, claro está, pela forma como todos os convidados e imprensa são acarinhados pela direção e produção. Viva a 26ª edição do Cine Ceará!

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