Sexta-feira, 19 Abril

O terror invade Lisboa: arranca hoje (10/09) o MOTELx

Decorre entre 10 e 14 de setembro a 8ª edição de um dos mais populares festivais de cinema lisboetas, o MOTELx. Ao tradicional São Jorge e à utilização do Palácio Foz para a seção Lobo Mau (com obras para os mais jovens), este ano acrescenta-se o teatro Tivoli BBVA que, depois de muitos anos, volta a ser palco de exibição de filmes.

Serão cinco dias de oportunidades para ver obras que, salvo raras exceções, nunca mais voltam a ser exibidas no grande ecrã em Portugal. Os melhores festivais do cinema mundial, entre os quais Sundance, South by Southwest, Toronto, Berlim e Cannes, fornecem parte da seleção – onde são acrescentados os sempre apetecíveis títulos do cinema asiático. Comentários detalhados sobre a programação podem ser encontrados nas duas notícias sobre o evento já publicadas no C7nema (ver aqui) e (aqui)

À Procura de Novidades

O MOTELx foi um festival que surgiu a partir de Cineclubes de terror, onde amigos despretensiosamente se encontravam para falar de filmes de terror e que um dia organizaram um pequeno festival de futuro incerto. Hoje é um evento que surge claramente profissionalizado em termos empresariais e é um dos mais bem-sucedidos da capital portuguesa. De acordo com um dos diretores, Pedro Souto, por trás desta transformação interna está, sobretudo, a busca por novidades.

Segundo ele, foi uma mudança gradual. “A maior parte dos eventos tem que ter a ambição de fazer melhor, nem que seja pelo simples facto de querer dar um passo à frente. Não podemos simplesmente repetir a edição do ano anterior“, salienta. “Não acontece tudo de repente. Todos os anos tentamos coisas diferentes, apoios melhores, reforços da comunicação, da programação. Tem de se ter uma gestão cuidada“.

Uma Abertura Festiva

Dois anos depois da abertura com “REC 3“, o Motelx volta a ter um registo de comédia de horror para a sua sessão inaugural. De acordo com um dos diretores do festival, Pedro Souto, a escolha não é fácil e reflete intensos debates entre os sete programadores – e que, no caso de Life After Beth, uma comédia de zombies que causou alguma repercussão em Sundance e conta algumas estrelas indies, amenizam um dia que em si já segue recheado de opções terroríficas desde o tradicional “Curtas ao Almoço“. “Pareceu-nos um filme festivo para abrir um festival. Tem boa disposição e originalidade”, observou.


Life After Beth

Os debates entre os organizadores, aliás, são uma constante na hora de selecionar para o festival apenas algumas obras dentro de uma vastidão de projetos e que, fundamentalmente, sejam fiéis ao equilíbrio que o certame busca em termos de abordar os mais diversos estilos do género. “O grupo é grande e os gostos são bastante diferentes. Mas isto é uma mais-valia porque no meio de toda essa discussão conseguimos arranjar um equilíbrio – não entra só um estilo“.

Neste sentido, uma das escolhas mais singulares foi a seleção de uma obra autobiográfica de um dos darlings da arthouse mundial, o cineasta chileno Alejandro Jodorowski e a sua muito singular autobiografia The Dance of Reality. Para Souto, existe terror suficiente no filme para justificar a escolha, para além da sua qualidade. “É uma obra a não perder“, enfatiza. Ele destaca também, dentro do equilíbrio buscado, obras provenientes de cinematografias sem tradição no terror, como o alemão Der Samurai, o austríaco The Station e o holandês The Pool.

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