Quarta-feira, 24 Abril

Maisie Williams (Guerra dos Tronos): «Vivo muito a personalidade da Arya»

Apesar de estar envolvida no evento Shooting Stars, dedicado à promoção de talentos europeus, a britânica Maisie Williams acedeu ao nosso pedido de falar um pouco sobre Game of Thrones (Guerra dos Tronos) e o futuro da personagem Arya Stark.

Aos 12 anos oscila entre a vida de uma adolescente atriz e de uma rapariga que olha de frente os aspetos mais bárbaros da vida medieval. Seguramente já com estofo para enfrentar os desafios de Cyberbully (o título diz tudo) e a histeria coletiva em The Falling. Provavelmente até já se sentirá à vontade com a histeria em redor da personagem de Arya. Uma coisa é certa, não iremos desviar o olhar sempre que estiver em cena em Game of Thrones.

Em Berlim, no Audi Lounge, diante do Berlinale Palatz, Maisie era apenas mais uma das Shooting Stars. Bom, não será bem assim. Mas apesar de ser já uma pequena vedeta isso não transpareceu na nossa rápida, mas saborosa entrevista. Ah, Maisie confessou que nenhum elemento da família dela foi degolado…

Quando vi a sua imagem pela primeira vez num dos cartazes promocionais de Game of Thrones devo dizer que fiquei um pouco intimidado com a sua presença. Havia algo na expressão naquela menina que nos deixava desconfortáveis. De onde acha que vem essa intensidade, sendo que esta série foi uma das primeiras audições que teve?

Obrigada pelo elogio…(risos) É claro que todos nós temos aspetos variados enquanto pessoas…

…. os lados negros? (risos)

Talvez… (risos) Mas todos nós temos diferentes aspetos. É claro que alguns manifestam-se de forma mais direta. No meu caso, procurei mostrar aspetos diferentes. É claro que com 12 anos não tive ainda muitas experiências. Não perdi os meus pais nem sequer família próxima. E se tive não foi porque lhe terem cortado a cabeça…

Ainda bem! Foi difícil para si entrar no mundo de Arya?

Nem por isso. Sobretudo quando vamos evoluindo neste mundo, usamos fatos de época. Assim torna-se tudo mais fácil. Sobretudo depois de cinco anos a viver estas emoções é natural que fiquemos muito agarrados a esta mundo. Depois, vivemos todas estas cenas de uma forma muito intensa. E cabe-nos a nós encontrar essa força.

Sente isso também de uma forma pessoal?

Naturalmente. Vivo muito a personalidade da Arya. É para ela que procuro estas emoções. Há sempre muito de mim nesta personagem, coisas que perturbariam a Maisie.

Mas até que ponto esta personagem a transformou também? Com doze anos não sente que a sua vida foi já transformada um pouco por esta experiência?

Sem dúvida. Fez-me ficar mais madura. Estar num film set, onde damos tanto de nós e vivemos emoções tão profundas, acaba por fazer parte de nós. Por vezes chego a casa e sinto-me exausta por ter vivido aquela personagem. Mas ao representar Maisie fez-me ficar mais atenta às emoções dos outros e observar o que estão a passar. E faz-me pensar que existem muitas outras coisas no mundo que podem ser piores que isso. Por outro lado, gosto muito de ler notícias. Não apenas na Inglaterra, mas de uma forma global, de perceber como vivem os outros homens e mulheres.

Sente que isso alimenta a sua pesquisa? É isso que a emociona?

Em vez de me centrar em mim própria prefiro descobrir o que pensam as outras pessoas. Observar o comportamento de pessoas que perderam membros da família, por exemplo. Quando vejo isso acabo por me emocionar. É o que sucede quando choramos ao ver um filme. É um mundo de ficção. Não temos ligação com as personagens mas acabamos por as viver, pois vivem connosco. Talvez isso me tenha mudado.

Agora que toda a família está morta, o que podemos esperar da nova série? Seguramente irá haver uma concentração o de atenção na sua personagem. O que pode dizer-nos sobre o desenvolvimento de Arya Stark?

Não sei muito do que se irá passar, pois ainda pouco pude ler. Não faço ideia do que irão fazer com a Arya, mas acho que irei ficar satisfeita com o resultado. Até porque a Arya tem imensos fãs. À medida que muitas personagens vão morrendo e outras tornando-se conhecidas, mas penso que à medida que se chega ao final de Games of Thrones isso possa ser levado em consideração. Espero que tenha um final feliz.

Agrada-lhe representar neste mundo algures entre o real e o irreal?

Sim, até porque consigo relacionar-me com grande parte apesar do lado de fantasia medieval. É fácil de ver porque podemos distanciar-nos, mas quando estou mais atenta consigo detetar vários aspetos que se relacionam com a sociedade e até com a minha própria vida. Mesmo que isso não signifique que seja alguém a cortar a garganta… (risos) Mas ao mesmo tempo permite-me distanciar-me de tudo isso e entrar nesse mundo.

O filme The Falling que acaba de fazer e que foi escolhido para representar as Shooting Stars aqui em Berlim, não é também ele um pouco realista?

Sim, é verdade. É um filme baseado em fatos reais. Coisas que aconteceram, como a histeria em grupo e epidemias de desmaios. Fiz alguma pesquisa sobre esses temas e ajudou-me bastante.

Como foi a experiência de fazer Cyberbully?

Foi muito intenso. Acho que será uma das coisas mais complicadas que farei em toda a minha carreira. Gostei muito da experiência, mas foi muito difícil. A mensagem é muito forte. Acho que é um filme muito importante na minha carreira. Algum muito importante para partilhar com outros adolescentes.

O que acha do evento Shooting Stars?

O Shooting Stars tem sido fantástico. É ótimo poder vir a outros países e estar em Berlim, onde nunca tinha vindo, e tem um feedback muito positivo de toda a gente.

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