Sábado, 20 Abril

Entrevista a Jane Clark, realizadora de «Crazy Bitches»

Um dos filmes mais curiosos do Fantasporto 2015 é Crazy Bitches, a segunda longa-metragem da norte-americana Jane Clark (Meth Head), que depois de uma carreira como atriz tem vindo a dedicar-se a escrever e a realizar. No filme, um fim desemana de um grupo de jovens amigas torna-se num pesadelo quando, uma a uma, elas vão sendo mortas pela sua própria vaidade.

O c7nema fez uma pequena entrevista a Jane Clark, que entre outras coisas nos confidenciou que planeia que Crazy Bitches seja uma trilogia.

Fizeste várias curtas-metragens antes de te estreares em longas. Como foi a transição?

As minhas curtas na realidade são longas pequenas – 15 a 20 minutos com uma história completa de uma personagem. Por isso, a transição para longas foi na realidade fácil: a metodologia igual, claro, mais dias e dinheiro envolvidos. Mas não demasiado dinheiro. E claro, é muito mais assustador “fechar” uma longa que uma curta.

Como surgiu a ideia de Crazy Bitches?

Uma amiga minha disse uma coisa um dia que almoçávamos. Ela disse-o para se gabar e se sentir bem com ela mesma, mas acabou por me ofender, pois era sobre algo que me era sensível. Eu não comentei pois percebi que ela não percebeu que me ofendeu. Mas fiquei a pensar: como a vaidade, as inseguranças e a forma consciente e inconsciente influenciam o que fazemos.

Parece-lhe que existe um lugar para as mulheres fazerem filmes de terror no cinema atual?

Antes de filmar Crazy Biches vi muitos filmes de terror para ver o que funcionava ou não. Quanto mais velho o filme, mais intemporal era, quanto mais recente, mais baseado em modas era. Eu penso que isso é porque ao longo dos anos o terror tem se tornado cada vez mais um cliché. São um produto – com mamas e sangue – cada vez mais. Só no cinema independente é que as mulheres são relevantes no terror.

Vê-se como uma realizadora de género?

Sim e o mais interessante é que não foi planeado. As minhas curtas eram de temática social e pessoal. Mas o primeiro argumento que escrevi foi uma história de fantasmas. Sempre adorei fantasmas, bruxas e vampiros. O género “slasher” veio mais recentemente. Desde Crazy Bitches que fiquei com vontade fazer mais filmes assim.

Em que difere Crazy Bitches do seu primeiro filme, Meth Head?

Meth Head é muito escuro e intenso. É um filme dramático baseado numa história real. Já o Crazy Bitches é um filme de diversão com uma agenda pessoal. No fundo, ambos são filmes de personagens e com algum humor envolvido.

Conhece o Fantasporto?

Não conhecia até o Mario Dorminsky ter convidado o filme. Desde então só tenho ouvido coisas fantásticas e adorei o profissionalismo de quem o organiza. Não estarei presente, mas curiosamente uma das pessoas da minha equipa vive em Lisboa e conhece o festival e adora-o.

Tem algum novo filme?

Estou a escrever um slasher para a Candis Cayne protagonizar e estou a ver se organizo a trilogia Crazy Bitches: Crazier Bitches e Craziest Bitches – para filmar juntos no próximo Inverno (caso tenho o dinheiro). Também tenho um filme de serial killers passado em Paris na calha. A ver o que vai para a frente.

Data de Exibição no Fantasporto

Sexta-feira, 6 de março,13h30, Grande Auditório do Rivoli

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