Quinta-feira, 18 Abril

Entrevista a Dane DeHaan, o ‘novo’ Green Goblin em «O Fantástico Homem-Aranha 2: O Poder de Electro»

“A cada dia que passa recebo novas propostas”

Quem é Dane DeHaan?! Se a interrogação ainda persistir, depois da sua prestação com Harry Osborne passará seguramente a ser: “onde poderemos ver Dane a seguir?” Pois bem, isso até é mais promissor, pois o seu perfil enigmático – uma intensidade do olhar que não fica nada a dever a um retrato de DiCaprio enquanto jovem? Sobretudo ao pensarmos nele a encarnar o mítico herói James Dean, em Life, no filme de Anton Corbijn, a lado de Robert Pattinson, ou de novo como Goblin nos próximos capítulos da Marvel, seja em Sinister 6 ou mesmo no muito aguardado Venom. A verdade é que já lá vai o tempo em que DeHaan debutou na série In Treatment, no divã de Gabriel Byrne. Mas a intensidade de DeHaan ficou sempre marcada em cada figura. Desde Como um Trovão, passando por Metallica Through The Never a Kill Your Darlings.

Encontrámos-nos com DeHaan e fizemos todas as perguntas. E, daí, talvez não. Fica para a próxima.

Acha que os vilões são mais divertidos?

Sim, os bad guys são muito mais divertidos. E eu faço isto porque adoro representar. Estou sempre a tentar melhorar e procuro o papel que me traga o maior desafio. O Harry é uma personagem fantástico, tem um arco incrível.

O que o seduz mais numa personagem destas?

Uma vez mais, é o arco de poder ir do ponto A ao ponto Z e perceber com que tudo faz sentido. Perceber o que sai de Harry que o transforma neste duende. É isso que é excitante.

Há algo até que nos faz torcer por esse vilão, bem como por Electro, pois nenhum deles nasceu vilão, apenas são por força das circunstâncias…

É precisamente isso que fica tão bem nesta franchise, que nos faz cuidar tanto dos heróis, sem descurar o ponto de vista dos vilões. São ambos acarinhados, isso é algo que faz parte do universo Marvel. Nós temos apenas sorte de poder participar.


Dane DeHaan como o Green Goblin

No seu caso, teve possibilidade de ser um herói com super-poderes num filme de baixíssimo orçamento, como o ‘Crónica’, e agora participar nesta mega blockbuster.

Na verdade não há muitas comparações a fazer. O Andrew em Crónica começa sem qualquer poderes, sem amigos e vem de uma família sem recursos. Quando adquire os seus super-poderes acaba por ficar irritado com toda a gente. Já o Harry Osborne começa com toda a riqueza e amigos do mundo e começa a perder poder à medida que o filme progride. Mas a sua intenção de vilão é apenas direcionada para uma pessoa – ele quer liquidar o Homem-Aranha. Ele não está zangado com o mundo. Ainda por cima não tem super-poderes, apenas tem um fato muito cool.

Por falar nisso, não poderia ter o melhor fato. Sente que o ajudou a desenvolver a personagem?

Sim, levava uma hora para ficar preso naquele fato, mas depois era uma sensação incrível olhar para o espelho e ver efeito do Green Goblin. Tudo fazia sentido naquele fato, os cabos, os botões. Um fato ultra high tech.

Era já um fã de super-heróis na sua infância ou adolescência?

Claro. Sempre gostei dos disfarces e sempre tive os pijamas do Homem-Aranha e Super-Homem. Só que vestia a roupa por cima do pijama, pois era isso que via o Super-Homem fazer… (risos) Foi assim que comecei a representar – a vestir o meu pijama e a vestir-me como o Homem-Aranha. E adorei a primeira trilogia do Homem-Aranha, foi a minha favorita.

Acha que a sua carreira vai mudar depois de participar num filme do Homem-Aranha?

Veja bem, eu tenho apenas uma carreira com quatro ou cinco anos. Mas tem sido uma viagem incrível. A cada dia que passa recebo novas propostas e as oportunidades são cada vez melhores. É um momento excitante e sinto as mudanças. Estou por isso muito agradecido.

Imagino que depois de o vermos como James Dean esse sentimento será ainda maior… O que significa para si interpretar essa figura mítica?

O James Dean é um dos meus atores preferidos. Desde que andava na escola de arte dramática e alguém me disse que teria de conhecer o trabalho do James Dean em A Leste do Paraíso. Eu tinha um poster dele no meu quarto desde o liceu. Mas seguramente o maior desafio da minha vida será tirar aquela personagem do poster. Usar aquele ícone e torná-lo humano.

Já terminou a rodagem?

Sim, terminámos há pouco mais de uma semana.


Dane DeHaan e Robert Pattinson em Life

Sente que ficou alguma coisa de James Dean depois da rodagem?

Pelo menos enquanto estava a filmar isso acontecia com frequência. A minha mulher chegou a queixar-se de eu ser James Dean.

O que acha que acontece quando se entra numa personagem que se conhece bem. Acha que existe aí uma fusão de personalidade?

Não de propósito. A verdade é que fico obsessivo com aquilo que faço e tendo entrar naquele mundo. É quase como uma realidade alternativa. Inevitavelmente, há alguma coisa que muda.

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